Retenção de turma durante seis horas sob investigação em Leiria

O Centro de Acção Educativa (CAE) de Leiria anunciou ontem a abertura de um processo de averiguações sobre a retenção de uma turma durante seis horas dentro de uma sala devido ao furto de uma carteira.O caso sucedeu no Colégio Dinis de Melo, em Amor (Leiria), e já motivou uma queixa na GNR dos pais, que contestam a actuação do director pedagógico do estabelecimento.
A queixa já foi remetida para o Ministério Público, explicou o coordenador do CAE de Leiria, Luís Novais, salientando que irá abrir um inquérito para avaliar a situação.
"Já tenho indicações da Direcção Regional de Educação [do Centro] para ver o que é que se passou", explicou Luís Novais, escusando-se a tecer mais comentários. Na sexta-feira, uma turma com 24 alunos do sexto ano de escolaridade foi retida na sala de aula entre as 10h30 e as 16h40 pelo director pedagógico do colégio, depois de uma criança se ter queixado do roubo de uma carteira.
Na ocasião, o director inquiriu os vários alunos, de forma individual, e impediu a saída da turma da sala de aula até às 16h40, hora em que os deixou sair.
Vários alunos pediram para ir à casa de banho e a carteira foi encontrada junto de um dos lavatórios cerca das 14h15, disse uma das mães.
Por seu turno, Célia Roda, presidente da Associação de Pais do colégio, admitiu a possibilidade de esta estrutura subscrever a queixa interposta por encarregados de educação da turma, caso a direcção do estabelecimento não preste "os devidos esclarecimentos".
"Não estamos satisfeitos com as justificações nem houve sequer um pedido de desculpas", disse, salientando que a associação vai reunir esta noite de novo com a direcção do colégio particular e só depois irá tomar uma posição final.
Em informação enviada aos encarregados de educação, o director pedagógico, Fernando Cruz, explicou que as tentativas para descobrir os autores ou autor do roubo "não deram, até ao momento, os resultados" desejados, apesar da "definição de um grupo muito forte de alunas suspeitas".
"Lamentamos profundamente o que aconteceu, mas só tomando uma posição forte e encarando seriamente estas situações é que podemos preveni-las, evitando a sua repetição", acrescenta o director, que não esteve disponível durante a manhã para esclarecer o ocorrido. Lusa

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