Milícias atacam helicópteros da ONU na República Democrática do Congo

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Ituri é palco há seis anos de violentos confrontos étnicos Marco Longari/AFP

Três helicópteros da Missão das Nações Unidas na República do Congo (Monuc) foram atingidos hoje por disparos de milícias armadas, ferindo quatro "capacetes azuis".

Segundo o porta-voz militar da missão, o tenente-coronel Thierry Provendier, os aparelhos foram atingidos “quando começavam a descolar”, após uma missão de inquérito levada a cabo pela secção de direitos humanos da Monuc em Lugo, na província de Ituri.

O aparelho que transportava funcionários civis da missão “foi atingido por tiros, mas conseguiu descolar”. Os outros dois helicópteros, que transportavam um total de 36 capacetes azuis nepaleses, foram obrigados a permanecer no solo e quatro militares acabariam por ser feridos.

A missão da Monuc investigava recentes relatos que dão conta de sequestros e violações cometidos por milicianos naquela região do Congo, próxima da fronteira com o Uganda.

Apesar de não haver certeza sobre os autores da emboscada, a Monuc acredita que o ataque é da responsabilidade da Frente Nacionalista e Integrista (FNI), uma milícia muito activa na região e que em Fevereiro deste ano baleou nove militares da Monuc.

A Monuc – a maior missão de paz das Nações Unidas actualmente em curso – tem centrado nos últimos anos a sua actuação na província de Ituri, palco desde 1999 de violentos confrontos étnicos, que terão provocado a morte a cerca de 60 mil pessoas.

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