Questionado pela Lusa, via telefone, sobre a informação divulgada em Lisboa de que poderia ser hoje julgado, Ivo Ferreira afirmou não saber de nada.

"Não sei absolutamente nada, a não ser o que os jornalistas disseram. Pela primeira vez (desde a informação), tive um contacto do embaixador, há cerca de 10 minutos, e só me disse que tudo o que está a fazer é confidencial", acrescentou Ivo Ferreira.

O cineasta apela a amigos, familiares, ou qualquer entidade para promoverem um abaixo-assinado em sua defesa através de Internet, em inglês.

O cineasta espera que ainda hoje lhe seja dactilografada a carta que está a escrever ao xeque do Dubai a pedir perdão.

Ivo Ferreira está detido há 25 dias e tanto o pai, Cândido Ferreira, como o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), afirmaram sexta-feira que o julgamento deveria realizar-se hoje.

O porta-voz do MNE, Carneiro Jacinto, explicou que no Dubai não há advogados presentes nos julgamentos e que estes falam directamente com o procurador, a quem é distribuído o processo.

Carneiro Jacinto indicou também sexta-feira que o Governo português está "a prestar todo o apoio e a acompanhar o processo", sema adiantar pormenores.

O MNE não tinha ainda recebido resposta ao pedido de clemência enviado quinta-feira às autoridades do Dubai.

Também o cineasta desconhece o resultado desta medida.

A situação de Ivo Ferreira mereceu já a atenção do Bloco de Esquerda e do PCP, que ontem entregaram na Assembleia da República requerimentos a questionar o Governo sobre a sua acção neste caso.

Ivo Ferreira, de 29 anos, está numa cadeia de uma esquadra no Dubai desde 5 de Abril, após ter sido detido na sequência de uma denúncia feita pela ex-namorada do amigo com quem partilhava a casa, onde foi encontrado o resto de um cigarro de haxixe.