Luís Marques Mendes acusa Governo de aumentar despesa pública

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Luís Marques Mendes António Cotrim/Lusa (Arquivo)

"Em que sectores vai cortar?", interrogou Marques Mendes que, recorrendo ao exemplo da decisão do Governo de não introduzir portagens nas auto-estradas sem custos para o utilizador (Scut), questionou José Sócrates sobre se irá aumentar o imposto sobre os automóveis ou sobre os combustíveis para financiar essa solução, que custará ao Estado mais de 320 milhões de euros este ano.

Uma pergunta que ficou sem resposta, já que José Sócrates optou por lembrar apenas que o facto de o actual Governo ter menos ministros do que o Executivo liderado por Durão Barroso significa que este "é um Governo mais barato".

"É um erro dizer que só aumentámos a despesa", sublinhou, recordando ainda que este Executivo acabou "com os espectáculo das secretarias de Estado que andavam a vaguear pelo país", numa referência à decisão do anterior Governo de maioria PSD/CDS-PP de deslocalizar algumas destas estruturas.

CDS-PP insiste na eficácia das férias judiciais

O vice-presidente do CDS-PP, Anacoreta Correia, iniciou a sua intervenção com alguns comentários à actuação política de José Sócrates desde a sua tomada de posse.

"Senhor primeiro-ministro, passaram 49 dias desde a sua tomada de posse. A sua atitude tem sido de silêncio e de ausência. O senhor primeiro-ministro tem falado menos e de menos", afirmou, questionando José Sócrates sobre as Scut e as soluções para o problema da seca.

No que toca às férias judiciais - que vão ser reduzidas para apenas um mês -, o deputado pediu ao primeiro-ministro estimativas sobre o aumento da eficiência da Justiça previsto com a sua redução.

Na réplica ao deputado popular, Sócrates afirmou que a sua política é a de "falar menos e fazer mais".

No que toca à seca, o primeiro-ministro referiu que está agendada para a próxima quarta-feira um debate sobre essa matéria.

Sobre as férias judiciais, Sócrates anunciou que, de acordo com as estimativas que lhe foram apresentadas, a diminuição das férias judiciais de dois para um mês aumentará em dez por cento a resolução de casos.

Sócrates debateu ainda com o deputado popular a questão do aeroporto da OTA. O actual ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, afirmou ontem que está insatisfeito com a actual solução de construção.

"Quando estavam na oposição era tudo muito simples (...) Reconheçam quando temos razão", disse Anacoreta Correia, levando o primeiro-ministro a afirmar que o Executivo está a proceder a uma "reavaliação das condições financeiras" do projecto do aeroporto internacional da OTA e que pelo menos o seu Governo não disse que "não haveria aeroporto da OTA enquanto houver crianças que esperam três horas para ser operadas", numa alusão às afirmações de Durão Barroso enquanto primeiro-ministro.

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