A secção britância da organização Cancer Research indica, num relatório hoje publicado, que o facto de a esperança de vida das populações ter aumentado contribuiu também para o aumento do número de casos, a par dos hábitos alimentares.

Desde 1975, a população mundial cresceu de quatro mil milhões para 6,3 mil milhões. A percentagem de pessoas com 60 ou mais anos de idade é de dez por cento e o cancro é uma doença que tende a surgir em pessoas mais idosas.

No caso do cancro da mama, todos os anos são diagnosticados 1,1 milhões de casos, contra os 500 mil detectados em 1975.

Em 2002, registaram-se 1,4 milhões de casos de cancro do pulmão, sendo que em 1975 estavam contabilizados 600 mil doentes.

O cancro do pulmão é hoje o mais frequente tipo de carcinoma e também o que apresenta a maior taxa de mortalidade. As estatísticas dizem que a taxa de sobrevivência é de menos de um em cada sete casos. Os peritos indicam que o aumento do consumo de tabaco está directamente ligado ao aumento da prevalência deste tipo de cancro.

No caso do cancro do intestino, que tradicionalmente tinha pouca expressão em países asiáticos, os números estão também a crescer de forma significativa, sobretudo devido à ocidentalização da sua dieta.

Por outro lado, o cancro do estômago era o mais frequente em 1975, mas os números hoje apresentados indicam que a sua prevalência sofreu uma forte diminuição, em grande parte devido à melhoria da segurança alimentar e das condições de higiene e saneamento.

A Cancer Research indica que, no geral, o cancro afectou 10,9 milhões de pessoas em 2002, das quais 6,7 milhões morreram. Apesar do aumento do número de doentes, que comprova que o cancro ainda é uma das doenças mais frequentes no mundo desenvolvido, o director clínico da delegação britânica da Cancer Research, John Toy, frisa que hoje, "graças à investigação, muito mais gente a quem será diagnosticado cancro em 2005 vai sobreviver, em comparação com a mesma situação em 1975".