PCP apresenta projecto de lei para a universidade pública de Viseu

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O coordenador do PCP-Viseu, João Pauzinho, ontem, em conferência de imprensa, lamentou esta posição do Governo, que justifica como resultado de "uma visão meramente economicista". "A população viseense - como num passado recente - vai ter de dar um murro na mesa e dizer basta! Até por esta postura do sr. ministro, que, de forma perfeitamente intransigente, considerou que não vai abrir mais nenhuma instituição universitária. É pertinente levar [o projecto de lei] à AR, é um trabalho institucional importante, mas julgo que só isto não será suficiente", alertou.

Ao apresentar "pela terceira vez consecutiva" o projecto de lei, o PCP pretende criar "uma base de trabalho" para a criação da universidade pública. "Pretende ser um ponto de partida para a discussão, aberto à crítica e à construção de todos os que acham que a criação desta universidade é de relevante interesse para toda esta região e que novos atrasos na sua concretização só acarretarão incontáveis prejuízos para os viseenses e para o país", realçou, vincando que o PCP pretende envolver estudantes, docentes, populações, trabalhadores, associações, instituições e empresas da região.

Segundo o PCP, o projecto pensa a universidade "no âmbito de estabelecimentos de ensino universitário público já existentes", para "consagrar a sua participação plena" no processo.

A 17 de Maio de 2004, o Governo social-democrata aprovou, através de uma resolução de Conselho de Ministros, a criação em Viseu de uma "universidade de cariz tecnológico, muito avançado, ligada a instituições estrangeiras de grande nível". Já em Novembro, Veiga Simão, que coordenou o grupo de trabalho encarregado de definir o modelo, anunciou que a nova instituição seria constituída pelo Politécnico viseense e por um Instituto de Estudos Avançados, a criar de raiz. A 4 de Janeiro, o mesmo grupo entregou um plano de acção ao Governo.

Acusações são "desculpas de mau pagador"

Com o PS já no Governo, os deputados socialistas eleitos por Viseu acusaram o anterior executivo de ter "enganado deliberadamente" os viseenses, alegando que não foi feito "nenhum diploma para a criação efectiva de uma universidade". Em resposta, o PSD-Viseu avisou que responsabilizaria o PS pela eventual não-criação da universidade, uma vez que existe "uma resolução do Conselho de Ministros em vigor" que a cria.

"O que ouvimos por parte do PSD e do PS são desculpas de mau pagador", sentenciou João Pauzinho. "A ideia do PS de criar uma secção autónoma da Universidade de Aveiro em Viseu não passou do papel, tal como não passou do papel esta outra ideia do PSD de criação de uma instituição universitária de estudos avançados. Não tivemos qualquer desenvolvimento, portanto, neste momento, partimos da estaca zero", acrescentou Manuel Rodrigues, membro do PCP-Viseu.

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