Agentes culturais europeus pedem aumento dos fundos comunitários
Em declarações à Lusa, o presidente do Centro Nacional da Cultura (CNC), Guilherme d'Oliveira Martins, qualificou de "insuficiente e aquém do indispensável" o actual orçamento de 34 milhões de euros da União Europeia (UE), tanto mais "tendo em conta o esforço acrescido que se perspectiva para os próximos anos", sustentou.
O CNC representa o comité nacional da Fundação Europeia para a Cultura que, conjuntamente com o Fórum Europeu das Artes e Património, decidiu lançar esta iniciativa, que visa sensibilizar a Comissão e o Parlamento Europeu para "aumentar o contributo orçamental" da UE nesta área.
"A nossa proposta é que a Comissão dote a cultura com um orçamento de 340 milhões de euros, através de uma política de contributo por cidadão dos 25 países da UE na ordem dos 70 cêntimos", explicou Oliveira Martins.
"Mesmo com esta dotação orçamental, a Cultura representaria apenas 0,27 por cento [agora representa 0,03 por cento] do orçamento da UE", disse.
A campanha foi apresentada a 15 de Março no Parlamento Europeu, onde "acolheu um boa receptividade dos parlamentares" e é hoje divulgada em Lisboa com um debate no Teatro São Luiz.
No debate, moderado por António Jorge Monteiro, da Associação Portuguesa de Gestão Cultural, que integra também a campanha, participam o presidente do CNC e o eurodeputado Vasco Graça Moura, relator da Comissão Parlamentar Europeia de Educação e Cultura.
Os agentes europeus decidiram lançar a campanha "quando está em discussão o novo plano orçamental para 2007-2013".
Guilherme d'Oliveira Martins salientou à Lusa que estes anos "exigirão um investimento grande, nomeadamente nos novos Estados-membros do Centro e Leste da Europa, em termos patrimoniais".
Aquele responsável considerou ainda que "o investimento na cultura é reproduzido, isto é, gera outros meios de desenvolvimento económico, sendo incentivador de outras actividades económicas, nomeadamente relacionadas com o turismo".
"Bem orientado o investimento na cultura é também ele gerador de riqueza", disse.
Por outro lado, adiantou, "o investimento na cultura contribuiu para os grandes objectivos a que a UE se propõe, nomeadamente a criação de um espaço de liberdade e paz, desenvolvimento sustentável e qualidade de vida e a diversidade cultural", afirmou.