União Romani boicota estudo sobre ciganos e pede demissão de Vaz Pinto

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A União Romani diz que as organizações ciganas foram impedidas de se candidatar à realização do estudo Nelson Garrido/PÚBLICO

Em comunicado, a União Romani - União de Todos os Ciganos Portugueses acusa o Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME) de ter "discriminado as organizações ciganas", ao impedi-las de se poderem candidatar à realização daquele estudo.

"Esta decisão do Alto Comissariado é reveladora de que a Comunidade Cigana serve para ser estudada e não para ser auto-estudada", afirma a organização, criticando o ACIME por ter optado por convidar cinco concorrentes (instituições universitárias e a Rede Europeia Anti-Pobreza) para a realização do estudo, em vez de abrir um concurso público.

A União Romani salienta que os cerca de 75 mil euros a pagar pelo estudo "estão longe de ser uma verba irrisória", tendo actualmente as organizações ciganas "possibilidades inequívocas de estabelecerem parcerias com instituições prestigiadas no campo das ciências sociais e humanas".

Em protesto, a União Romani decidiu "mobilizar todas as organizações ciganas para não participarem no referido estudo" e apelar a todos os ciganos portugueses para que não respondam a qualquer tipo de inquérito, sem antes pedirem a sua opinião.

A União Romani decidiu ainda pedir ao primeiro-ministro, José Sócrates, e ao ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, a não recondução do padre Vaz Pinto e de Rui Marques nos cargos de alto-comissário e alto-comissário adjunto para a Imigração e Minorias Étnicas, respectivamente.

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