Sá Pinto e Rui Jorge indignados com castigos aplicados pela Liga

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Os incidentes foram registados na 27ª ronda no Estádio Bessa António Simões/Lusa

Devido aos incidentes registados na partida da 27ª jornada da SuperLiga, o avançado Sá Pinto foi suspenso por três jogos e multado em 8500 euros, enquanto o lateral esquerdo Rui Jorge foi castigado com duas partidas e uma multa de 3500 euros.

A LPFP suspendeu ainda o guarda-redes "axadrezado" William por dois encontros e aplicou-lhe uma multa de dois mil euros. Os três jogadores já cumpriram um jogo de suspensão. O "capitão" do Sporting Pedro Barbosa terá de pagar uma multa de 400 euros.

Em conferência de imprensa, Sá Pinto garantiu hoje ter sido "agredido cobardemente" pelas costas pelo director executivo da SAD do Boavista e delegado ao jogo, João Freitas, e ter respondido "como qualquer ser o humano o faria".

O avançado informou ainda que irá interpor processos judiciais pelas "perdas e danos" provocadas pelo dirigente "boavisteiro" e pela sua "imagem como desportista e cidadão ter sido publicamente denegrida".

"O delegado, sem nada que o justificasse, agrediu-me no intervalo no túnel de acesso aos balneários com um forte empurrão. Depois, no final do jogo, aproveitando-se da confusão instalada apanhou-me de costas, deu-me um forte pontapé e fugiu a correr", afirmou.

O número 10 dos "leões" sublinhou que a sua versão é idêntica ao inquérito efectuado pela LPFP e lamentou que os agentes da autoridade presentes no local "infelizmente não tenham visto nada".

"Tive a reacção normal de qualquer ser humano neste tipo de situações. Sou católico, mas infelizmente ainda não consigo dar a outra face perante estas situações", notou o jogador, aproveitando para dirigir algumas palavras aos adeptos e ao presidente da Boavista SAD, João Loureiro.

Sá Pinto pretende que o presidente "boavisteiro" lhe peça desculpas publicamente quer pelas suas palavras, quer pelo comportamento de João Freitas.

"Os adeptos não se devem poder orgulhar de ter um delegado que envergonha a tradição e o nome do Boavista, um clube que aprendi a respeitar e a admirar há mais de 20 anos", disse.

O futebolista manifestou o seu desacordo com os castigos aplicados pela liga de clubes, referindo que a penalização prevista por resposta a agressão é de dois a seis jogos. "Não concordo com os castigos e com a multa, mas infelizmente terei que aceitar", frisou.

"Peço ao jogador que supostamente foi agredido o favor de publicamente dizer quem é"

Sobre a penalização de Rui Jorge, Sá Pinto qualificou-a de "grande injustiça" e adiantou que o seu companheiro de plantel estava a actuar em sua defesa.

O lateral esquerdo, por seu lado, reiterou o desconhecimento das razões dos seus castigos e negou ter agredido qualquer jogador do Boavista, como consta do relatório do árbitro Lucílio Baptista.

"Peço ao jogador que supostamente foi agredido o favor de publicamente dizer quem é. É vergonhoso ser expulso sem saber porquê", argumentou o futebolista, questionando o relatório efectuado por Lucílio Baptista pelo facto de identificar o agressor e não o agredido.

"O árbitro, supostamente, devia estar próximo da situação e identifica-me a mim, mas não há pessoa que foi agredida e que devia estar ao meu lado. Eu devia estar a reluzir", ironizou.

O atleta, que pretende queixar-se do "juiz" setubalense à Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, indicou ter sido "expulso e castigado" sem saber as razões e afirmou: "Isto chegou a um ponto em que as pessoas fazem o que querem e dizem o que querem e continuam impunes".

Ontem, o conselho de administração da SAD do Sporting emitiu um comunicado, no qual considerava provada a falsidade das versões dos dirigentes do Boavista e criticou as punições deliberadas pela LPFP.

Até ao momento, não há qualquer reacção oficial por parte do Boavista, nomeadamente sobre a suspensão de William por dois encontros.