"Este álbum é um encontro maior comigo própria, na medida em que me sinto mais reflectida nele, quer pelas palavras que canto, quer pela sonoridade alcançada", afirmou Mariza à Lusa. Quanto à sonoridade "não é alheio o trabalho de produção de Jaques Morelenbaum", disse.

"O que o Jaques fez foi harmonizar as melodias de modo a que, por exemplo, os finais fossem isso mesmo, sem irem numa direcção oposta à da voz, que surge envolvida numa sonoridade mais sensual", explicou.

O novo trabalho é uma abordagem diferente ao fado, "mais reflectida e pensada, logo permitindo alguma ousadia, fruto também da segurança que sinto e do conforto que foi gravar com o Jaques", frisou Mariza. "A interpretação é fadista, o essencial está lá e não é desvirtuado ou sequer desrespeitado", acrescentou.

Em "Transparente" Mariza interpreta composições originais ao lado de fados tradicionais. Dos 14 temas que constituem o álbum, três "são homenagens a fadistas", a quem Mariza reconhece "uma influência mais directa": Amália Rodrigues, Fernando Maurício e Carlos do Carmo.

Para Jaques Morelenbaum trabalhar com a artista portuguesa "foi uma emoção", quer pela "musicalidade, sensibilidade e voz" de Mariza, quer por ter entrado "num mundo onde ainda não tinha transitado". O produtor fez votos para que "os mais fervorosos do fado apreciem esta troca cultural".