UGT quer que Governo impulsione celebração de acordos em concertação social
"A concertação social deve levar à celebração de acordos que sirvam os trabalhadores e os empregadores e que ajudem a aplicar as medidas mais rapidamente", referiu João Proença, em conferência de imprensa.
Reconhecendo que celebrar acordos implica fixar um calendário, João Proença sublinhou que há matérias urgentes que precisam de resolução como é o caso da formação profissional, em que a "lei não está a ser cumprida pela maioria das empresas".
A concertação social tripartida deverá ser retomada na primeira semana de Maio, com a presença do primeiro-ministro, José Sócrates.
O secretário-geral da UGT considerou que a discussão sobre a formação profissional devia chegar a acordo "rapidamente", mas adiantou que a próxima reunião (terça-feira) entre patrões e sindicatos vai servir apenas para fazer um balanço das reuniões bilaterais e "definir um caminho para o acordo".
No âmbito das reuniões bilaterais que tem decorrido nas últimas semanas, a UGT reuniu-se esta manhã com a CGTP, tendo João Proença sublinhado que "não existem divergências de fundo" entre as duas centrais sindicais, pois ambas concordam que a lei é para cumprir e que a formação profissional nas empresas é a prioridade.
Em relação ao funcionamento da Administração Pública, João Proença admitiu que, "por razões orçamentais, é desejável que não haja crescimento do número de efectivos e que haja até alguma redução", pelo que desafiou o Governo a fazer um levantamento dos recursos disponíveis de modo a identificar as necessidades dos serviços.
Classificando de "absurdo" a redução de 75.000 efectivos, como prevê o programa de Governo, João Proença adiantou que "falar em 20,30 ou 40 mil já é um objectivo ambicioso, que possivelmente não poderá ser atingido".
"A prioridade tem de ser uma remuneração digna e a melhoria da qualidade dos serviços", sublinhou o secretário-geral da UGT, acrescentando que dois terços dos efectivos da função pública estão na saúde, educação e autarquias.