Trabalhadores da RTP pedem intervenção do Governo em nome do serviço público

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Os trabalhadores denunciam a violação da lei da greve por parte da administração da RTP PÚBLICO

"Os jornalistas e demais trabalhadores da RTP (...) consideram que os padrões de serviço público de televisão seguidos pela RTP não estão a ser respeitados", refere o documento que, segundo a presidente da comissão de trabalhadores, já conta com "mais de uma centena de assinaturas.

Por isso, acrescenta o abaixo-assinado, os trabalhadores solicitam a "intervenção urgente da tutela no sentido de evitar que o esforço de todos seja posto em causa por alguns".

Para estes funcionários, a programação e, sobretudo, a informação que está a ser transmitida pelos canais da RTP durante a greve - a decorrer desde ontem e que irá durar até amanhã - é "de medíocre qualidade" e não cumpre a função de serviço público.

Ontem e hoje, a RTP não transmitiu o primeiro bloco noticioso da estação, o "Bom Dia Portugal", tendo substituído o programa pela emissão do canal europeu Euronews, enquanto os telejornais dedicaram-se quase em exclusivo à eleição do novo Papa, a decorrer no Vaticano, onde a RTP conta com os directos dos jornalistas enviados.

Na Madeira e nos Açores, a emissão própria foi substituída pelo sinal do canal 2:.

A administração da estação pública mostrou-se, no entanto, satisfeita com as audiências conseguidas ontem, primeiro dia de greve.

Segundo divulgou hoje, o "Jornal da Tarde" e o "Telejornal" conseguiram um "resultado acima da média do ano e do mês corrente", tendo o noticiário da hora do almoço obtido uma quota de 35,3 por cento, valor superior ao conseguido pela TVI e pela SIC, enquanto o "Telejornal" foi visto por 33,3 por cento dos telespectadores, o que também superou os valores registados pelos principais blocos noticiosos das estações privadas, refere a administração da televisão estatal.