PS escusa-se a propor datas para referendo ao aborto

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Sampaio chamou os partidos a Belém para discutir o calendário político para os próximos meses Nuno Veiga/Lusa

“Demos conta ao Presidente da República da nossa posição de fundo sobre estas matérias, mas da nossa parte não se trataram questões de datas”, revelou Alberto Martins, líder parlamentar socialista, no final da audiência com Jorge Sampaio.

Realçando a importância de os portugueses "serem chamados a pronunciar-se" sobre a Constituição Europeia e a despenalização do aborto, Alberto Martins lembrou que a definição do calendário das consultas é "em grande medida alheio" aos partidos.

"A nossa posição de partida é não darmos prioridade a nenhum dos referendos. Consideramos que os dois referendos são muito importantes. A matéria do calendário é uma matéria cujo procedimento nos é em grande medida alheio", declarou, perante a insistência dos jornalistas.

O Presidente da República convocou, esta tarde, os partidos políticos com assento parlamentar para audiências, a realizar entre hoje e amanhã. Num lacónico comunicado, Belém explicava que as reuniões se destinam a analisar “a actual perspectiva dos calendários políticos e constitucionais”, tendo em vista a realização dos referendos sobre a Europa e o aborto.

Depois do PS, Sampaio recebe ainda esta noite uma delegação do PSD, encabeçada por Marques Mendes, estando agendadas para amanhã as reuniões com os restantes partidos.

A Assembleia da República vai discutir quarta-feira as propostas de resolução do PS e do Bloco de Esquerda para a realização do referendo, em simultâneo com três projectos de lei para a despenalização do aborto.

O BE defende a realização da consulta até Junho, enquanto a bancada socialista considera possível realizar a consulta antes do referendo sobre a Constituição Europeia, que o Governo pretende realizar em simultâneo com as autárquicas, agendadas para Outubro.

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