Itália: Governo "Berlusconi II" pode ser solução para a crise

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A hipótese de eleições antecipadas ainda se mantém Alessandro Bianchi/EPA

Esta é, contudo, apenas uma das possibilidades de desenvolvimento daquela que é a pior crise deste Executivo. Outra hipótese seria a de Berlusconi não tentar formar um novo Governo, o que levaria o país para eleições antecipadas, possivelmente já em Junho. Mas este é o cenário pior na perspectiva do primeiro-ministro, que queria ser o primeiro da história do pós-guerra em Itália a liderar um Governo durante todo o mandato de cinco anos (o que, neste caso, significa até 2006).

Ontem surgiram vários sinais de que Berlusconi e os democratas-cristãos da UDC, liderada por Marco Follini, poderiam estar a aproximar-se de um acordo. "Il Cavaliere", como é conhecido em Itália, refugiou-se durante o fim-de-semana na sua mansão na Sardenha, mas manteve constantes contactos telefónicos tanto com os seus colaboradores mais próximos como com Follini, com quem deverá reunir-se hoje.

A UDC exigira que Berlusconi constituísse uma nova equipa e elaborasse um novo programa de Governo que desse mais atenção às famílias necessitadas e ao Sul do país, a zona mais pobre de Itália. Segundo o diário Corriere della Sera, o primeiro-ministro estaria já disposto a ceder, mas exige em troca que a UDC subscreva um "pacto dos 300 dias", que preserve o Governo de novas crises até ao final do mandato. Follini repetiu aos jornalistas que o que o seu partido quer é "um novo Governo e um novo programa" e frisou que isto não significa mais ministérios para os democratas-cristãos. Quanto ao pacto disse apenas que "não é o problema, nem a solução".

Apesar dos sinais de um possível acordo, o ministro do Interior, Giuseppe Pisanu, da Força Itália, o partido de Berlusconi, mostrou-se cauteloso, dizendo ontem que a crise parece em vias de se resolver, mas "ainda pode complicar-se".

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