MP pede absolvição de tractorista acusado de crimes de incêndio
Paulo S., com residência no concelho de Salvaterra de Magos, estava em prisão preventiva desde Julho do ano passado mas, na sequência das alegações, foi decretada a sua saída em liberdade, com termo de identidade e residência.
O arguido já foi condenado, em 1998, por um crime semelhante e cumpriu quatro anos e meio de prisão. Na primeira sessão deste novo julgamento negou qualquer envolvimento nos factos de que foi acusado, garantindo que esteve no local apenas por curiosidade.
Paulo S. trabalhou como tractorista mas está, agora, reformado por invalidez, devido a um acidente que lhe provocou alguns "problemas de cabeça". Em tribunal negou qualquer envolvimento nos incêndios que, a 14 de Julho último, provocaram prejuízos superiores a 500 mil euros nas herdades do Mirante e de Magos, situadas no concelho de Salvaterra.
O antigo tractorista foi detido, no dia seguinte, pela Polícia Judiciária, mas disse agora em tribunal que só terá sido indicado e acusado porque tinha esta condenação anterior.
No julgamento foram ouvidos três bombeiros dos Voluntários de Salvaterra, que contaram que viram um indivíduo forte (descrição correspondente à do arguido) numa mota azul, que inverteu a marcha e procurou afastar-se quando viu a viatura de combate a incêndios, mas não tinham a certeza sobre se era o arguido. Paulo S. explicou que tem uma motorizada, mas que é vermelha. Admitindo que o seu pai tem, de facto, uma motorizada azul, o arguido garantiu que raramente a usa, normalmente só quando a sua está avariada, o que não era o caso.
Tendo em conta que não foram apresentadas outras provas e que algumas testemunhas dizem ter visto o arguido, nesse mesmo dia, com a sua motocicleta vermelha, o procurador entendeu que não existem factos suficientes para a condenação.