Paleontólogos portugueses vão à Patagónia estudar dinossauros
Luís Azevedo Rodrigues e Vanda Faria dos Santos, paleontólogos do Museu Nacional de História Natural (MNHN), em Lisboa, partem sexta-feira para a Argentina para participar em campanhas de prospecção, escavação e estudo de dinossauros e pegadas, na Patagónia e em Buenos Aires.
Trata-se da primeira participação portuguesa e uma das primeiras europeias a uma expedição na Patagónia, disse à Lusa Luís Rodrigues, explicando que esta é "uma das zonas a nível de fauna e de paleontologia que mais fascínio exercem sobre os investigadores".
Revelando-se "muito satisfeito" por participar nesta expedição, o paleontólogo afirmou ter grandes expectativas em relação a uma "zona que nos últimos anos tem fornecido excelentes exemplares de dinossauros".
A Argentina, e particularmente a Patagónia, constitui actualmente uma das principais áreas mundiais a contribuírem com novas e importantes espécies destes animais, entre as quais o maior dinossauro do mundo: o Argentinosaurus, com 40 metros de comprimento e mais de cem toneladas, descoberto em 1993.
De acordo com o investigador, foi também na Patagónia que se encontraram ovos com embriões de saurópodes (dinossáurios quadrúpedes de cauda e pescoço comprido), numa jazida denominada Auca Mahuevo, bem como vestígios dos mais antigos dinossauros que se conhecem.
Luís Rodrigues manifestou ainda "bastante curiosidade em estudar, ver e mexer em exemplares com características muito próprias, de uma zona com faunas muito diferentes das existentes na Europa e América do Norte".
Durante as jornadas argentinas, para além do trabalho de campo, Luís Azevedo Rodrigues vai ministrar um curso de Técnicas de Morfometria Geométrica (imagens tridimensionais de dinossauros, que simulam a sua locomoção).
Segundo Luís Rodrigues, o MNHN é pioneiro nestas técnicas de morfometria geométrica, razão pela qual a Universidad Nacional de Neuquén/Museu Cármen Funés, que lidera esta expedição, aproveitou a presença do especialista na Argentina para o convidar a participar no curso.
Para o paleontólogo, a participação de investigadores do MNHN é cientificamente honrosa, uma vez que normalmente as campanhas de escavação e prospecção de dinossauros envolvem exclusivamente importantes instituições americanas.
Nesta expedição, que termina a 15 de Maio, além dos paleontólogos portugueses e argentinos, deverão participar também investigadores de norte-americanos.