O caso remonta ao passado mês de Dezembro, quando o gigante da informática decidiu interpor um processo contra desconhecidos – presumivelmente seus funcionários –, que terão alegadamente fornecido informações secretas relativamente a produtos da companhia.

Nesse altura, a Apple exigiu que as publicações da Internet que divulgaram as informações, alegadamente protegidas, identificassem as suas fontes através da entrega dos seus registos de correio electrónico.

Os jornalistas argumentaram que se a exigência da empresa fosse atendida, poderia criar um constrangimento ao papel dos media na revelação de casos de interesse público.

Os argumentos dos jornalistas, porém, não sensibilizaram o juiz James Kleinberg, do Tribunal Superior do Condado de Santa Clara, que decidiu a favor da Apple, considerando que os repórteres que publicam "propriedade roubada" não estão habilitados a pedir protecção das suas fontes.

Os responsáveis pelas publicações decidiram então recorrer desta decisão.

Na quinta-feira passada, oito dos principais jornais da Califórnia e a AP decidiram manifestar o seu apoio aos jornalistas intimados a revelar as suas fontes e requereram a salvaguarda da identidade das suas fontes.

De acordo com os órgãos de comunicação, a decisão do juiz Kleinberg pode comprometer a capacidade destas publicações de revelar notícias importantes, desde corrupção financeira a encobrimento de questões governamentais.

Os autores da petição afirmaram ainda que em vez de processar as publicações, a Apple deveria empenhar-se em "esgotar todas as outras alternativas" para identificar as fugas da informação.

O documento faz questão ainda de recordar que os "recentes escândalos empresariais da Worldcom, da Enron e da indústria tabaqueira, envolveram a publicação de informações que as empresas em causa prefeririam que permanecessem no desconhecimento do público".

O porta-voz da Apple não quis comentar a petição, frisando apenas a necessidade da empresa de proteger os segredos relativos aos seus produtos.