A visita a Madrid - a primeira deslocação de Sócrates ao estrangeiro enquanto chefe do Governo - servirá para dar um sinal de que Espanha "é uma prioridade na política externa nacional", tal como sublinhou o primeiro-ministro em entrevistas a meios de comunicação social espanhóis publicadas este fim-de-semana.

O primeiro-ministro português - que será acompanhado nesta visita pelos ministros da Economia, Manuel Pinho, do Ambiente, Francisco Nunes Correia, e das Obras Públicas, Mário Lino - terá um almoço de trabalho na Moncloa com o chefe do Governo de Espanha.

Em discussão vai estar a criação do mercado ibérico da energia, o projecto de construção do comboio de alta velocidade entre os dois países e as bacias hidrográficas, numa altura em que Portugal e várias regiões de Espanha atravessam um situação de seca.

José Sócrates reafirmou, nas entrevistas concedidas, que Portugal quer garantir a execução dos acordos assinados nas cimeiras ibéricas para as ligações ferroviárias em alta velocidade (TGV) e a criação do Mercado Ibérico da Electricidade (Mibel), acordo que não foi ainda ratificado por nenhum dos dois países.

Será também analisado o processo de ratificação do Tratado Constitucional Europeu pelos Estados membros e as negociações das perspectivas financeiras da União Europeia para 2007/2013.

Também será abordada a situação política internacional, com destaque para as questões do Iraque, do Magreb, do Médio Oriente e para a realização da próxima cimeira Ibero-Americana, na cidade espanhola de Salamanca, em Outubro.

Na tarde de hoje, a delegação portuguesa reúne-se na Confederação Espanhola das Organizações Empresariais com dirigentes de empresas espanholas que têm interesses em Portugal, dos sectores da energia, banca, construção e telecomunicações.

A visita termina com uma audiência que o rei de Espannha, Juan Carlos, concede a José Sócrates no Palácio da Zarzuela.

À chegada a Madrid, o primeiro acto do primeiro-ministro português será uma homenagem às vítimas dos atentados de 11 de Março, com uma visita e a colocação de uma coroa de flores no Bosque dos Ausentes, junto à estação de Atocha.