Israel vai desarmar colonos da Cisjordânia duas semanas antes da retirada
De acordo com o plano concebido pelo primeiro-ministro, Ariel Sharon, já aprovado pelo Parlamento, Israel irá desmantelar 21 dos seus colonatos na Faixa de Gaza e quatro dos 120 implantados na Cisjordânia – uma operação que vai envolver a deslocação de cerca de nove mil pessoas.
Segundo os responsáveis militares, os colonos da Faixa de Gaza também vão ser desarmados, mas o calendário da operação ainda não está definido. Os responsáveis acrescentaram que será pedida a entrega voluntária das armas aos colonos, de quem dizem esperar uma atitude de cooperação.
Apesar de haver preocupação relativamente à resistência na retirada da Faixa de Gaza, os militares esperam mais problemas na Cisjordânia.
Os colonos de Gaza promoveram uma intensa campanha contra os desmantelamentos, mas após a aprovação do plano de Sharon no Parlamento as vozes discordantes foram-se calando, ao mesmo tempo que decorria a negociação das indemnizações e das condições de retirada.
Na Cisjordânia, por outro lado, a tensão tem crescido, assim como a resistência à saída, motivada principalmente por judeus extremistas de fora dos colonatos. “Estamos mais preocupados com os colonos que vierem de fora, não necessariamente com os residentes”, frisou um responsável militar.
De acordo com o diário israelita “Yediot Ahronot”, uma alta individualidade do Exército afirmou que “células violentas” já estão instaladas em dois dos quatro colonatos que irão ser desmantelados na Cisjordânia – onde vivem cerca de 500 habitantes.
Segundo o responsável militar, as forças de segurança israelitas estão a tomar medidas para assegurar uma saída pacífica dos territórios, entre elas a prisão preventiva de extremistas e a limitação de entradas nos colonatos.
Colonos dizem que não entregarão armasReagindo à intenção da recolha das armas, os colonos asseguraram já que não planeiam usá-las contra os soldados durante a evacuação, mas que recusarão entregá-las, argumentando com a necessidade de se defenderem dos palestinianos.
Os responsáveis militares estão a elaborar um plano de contingência em caso de ataques palestinianos durante a retirada, apesar do cessar-fogo que dura há dois meses.
Nos últimos dias, as trégua foi afectada com a morte de três jovens na Faixa de Gaza por disparos de militares israelitas.
O primeiro-ministro, Ariel Sharon, está reunido nos EUA com o Presidente norte-americano, George W. Bush, no seu rancho no Texas e a retirada israelita de territórios palestinianos está no centro das conversações.