Febre hemorrágica de Marburg


O que é

A febre hemorrágica de Marburgo é uma doença rara e mortal, em 25 a 80 por cento das situações. Tem um período médio de incubação de três a nove dias, podendo prolongar-se até 21

Como se transmite

Através do contacto directo, sem protecção, com:

- pessoa doente

- órgãos ou produtos biológicos (sangue, urina, fezes, sémen, etc.) de uma pessoa ou animal infectados com o vírus de Marburgo

- qualquer material ou objectos utilizados no tratamento dos doentes

- cadáveres durante a sua preparação e cerimónias fúnebres

Como se manifesta

Os sintomas iniciais desta febre hemorrágica são: febre súbita, mal-estar, dores musculares e dores de cabeça, os quais são acompanhados por dor de garganta, erupção cutânea, diarreia líquida, dores abdominais, náuseas, vómitos e dores no peito. Cinco a sete dias após o início destes sintomas, uma elevada proporção de doentes pode apresentar perdas de sangue através do nariz ou gengivas, pele, tubo digestivo (vómitos e diarreia com sangue), pulmões, rins e genitais

O que fazer

Se esteve recentemente na província do Uíje deve vigiar o seu estado de saúde durante 21 dias após a estada. Se sentir, dentro desse período, os sintomas acima referidos, contacte a Linha Saúde Pública (808 211 311)

Fonte: Direcção-Geral da Saúde








OMS diz que epidemia do vírus de Marburg é pior do que as de Ébola

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A ajuda financeira servirá para adquirir equipamentos de protecção para o pessoal hospitalar, desinfectantes e estojos de socorros Manuel Gomes/PÚBLICO

"Marburg é uma febre hemorrágica muito grave, mais grave que o Ébola", sustentou Allarangar Yokouibd, da Organização Mundial de Saúde (OMS), agência das Nações Unidas, sublinhando que o vírus verificado em Angola é pior que o Ébola, tanto em número de mortos como de doentes.

Durante uma conferência de imprensa nas instalações da ONU em Luanda, o coordenador das actividades das Nações Unidas em Angola, Pierre-François Pirlot, disse, por sua vez, ser "claro que esta epidemia não tem precedentes não só em Angola, como em todo lado".

"Tivemos várias epidemias de Ébola na região, a pior no Uganda. Mas mesmo no Uganda, a letalidade não foi tão elevada como a de Marburg em Angola, que já ultrapassou os 80 por cento", precisou ainda Allarangar Yokouibd.

O director-geral da OMS para as doenças contagiosas, Anarfi Asamoa-Baah, que se encontra em Angola por ocasião do Dia Mundial da Saúde, ontem comemorado, advertiu, por seu lado, que a epidemia só "vai piorar em vez de melhorar". O responsável avisa, nesse sentido, que "todo o mundo deve estar em alerta", não só "outras províncias em Angola, mas todos os países fronteiriços como a Namíbia, Congo, República Democrática do Congo e Zâmbia".

A República Democrática do Congo está já em estado de alerta geral, enquanto o Congo e o Gabão activaram as suas redes de vigilância epidemiológicas. São Tomé e Príncipe e o Quénia accionaram medidas de precaução.

No apelo a fundos de emergência, o gabinete de coordenação de assistência humanitária da ONU (Ocha) explicou que a ajuda iria financiar a aquisição de equipamentos de protecção para o pessoal hospitalar, desinfectantes, sacos estanques para colocar os cadáveres das vítimas e estojos de socorros.

A epidemia de Marburg, vírus da mesma família que o Ébola, cujo principal foco foi localizado na província de Uíje, afecta já sete das 18 províncias angolanas. O vírus provocou a morte a 174 pessoas entre 200 casos registados, segundo o último balanço divulgado na noite passada pelo Ministério da Saúde angolano e pela OMS.

As mesmas fontes avançaram já hoje que foram, entretanto, assinalados cinco casos na província do Zaire, de que resultaram cinco mortos. Estes foram os primeiros casos de vítimas desta epidemia na província do Zaire, no norte de Angola, que faz fronteira com a província do Uíje. Os cinco casos registados na província do Zaire foram todos verificados no município de Mbanza Congo, capital provincial.

Estes casos são, até ao momento, provenientes da província do Uíje, não tendo sido registado nenhum doente que tenha sido infectado fora daquela província. Os dados oficiais revelam que, além do Uíje, já ocorreram mortes nas províncias de Malange (2), Cuanza Norte (1), Luanda (4), Cabinda (1) e Zaire (5).

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