PJ conclui investigação no caso "Apito Dourado"

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O inquérito chegou ao fim depois de dois anos e um mês de investigação DR

Segundo o "Jornal de Notícias" (JN), que coloca o assunto em destaque na primeira página, o inquérito chegou ao fim "depois de dois anos e um mês de investigação, realizada por dez inspectores, em regime de exclusividade", tendo a PJ do Porto enviado os autos para o Tribunal de Gondomar na terça-feira à noite.

Durante a investigação, salienta o jornal, foram ouvidas 370 testemunhas e realizadas mais de uma centena de buscas domiciliárias a empresas, clubes e residências.

O "24Horas", citando uma fonte não identificada da Judiciária, aponta também para "quase 200 arguidos", entre as quais 50 figuras públicas, num processo durante o qual foram interrogadas "350 testemunhas".

O JN indica que a participação de cerca de duas centenas de arguidos é explicada pela PJ ao longo de mais de 15 mil folhas (14.500, segundo o "24Horas"), num processo que "promete transformar-se num dos maiores casos que alguma vez chegará a julgamento".

O JN refere que cabe agora a Carlos Teixeira, procurador do Ministério Público (MP), deduzir a acusação, e que "seguramente" nem todos as 200 pessoas constituídas arguidas pela PJ serão acusadas pelo MP, acrescentando que a instrução do processo adivinha-se longa.

Os dois jornais indicam que, apesar de concluída a investigação, poderá ser reaberto um capítulo relativo às "ligações às autarquias, relações com as obras do Metro e cumplicidades políticas", salientando o "24Horas" que "concluída ficou a parte que diz respeito à corrupção desportiva" e que "os casos de corrupção autárquica e outros paralelos deverão ser alvo de investigação aprofundada posteriormente".

O JN revela hoje parte das escutas telefónicas que deram origem ao processo, todas relacionadas com jogos do Gondomar, mas o jornal salienta que no processo há "dezenas de diligências externas", "relatos de jogos feitos pelos próprios investigadores, fotografias e cassetes-vídeo" que atestam "alguns encontros dos árbitros com dirigentes (não só do Gondomar, mas também da Superliga), bem como as entregas de ouro ou os jantares de confraternização com as equipas de arbitragem".

O processo começou em Março de 2003, com uma carta anónima para a PJ a denunciar que o Gondomar, da II Divisão B, "preparava o terreno para a subida à Liga de Honra no ano seguinte". As investigações começar no Verão seguinte, quando o telemóvel do presidente do clube, José Luís Oliveira, foi colocado sob escuta.

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