Casa Pia: Catalina Pestana entrega novos documentos ao Tribunal

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Na sessão de hoje a provedora respondeu apenas a perguntas feitas por Paulo Sá e Cunha, sempre como assistente no processo Hugo Martins/Lusa

No decorrer da 37ª sessão do julgamento de pedofilia na instituição, a decorrer no Tribunal de Santa Clara, Lisboa, Catalina Pestana disse que o jovem, principal testemunha, lhe deu documentos pessoais para guardar e disse que na altura os "folheou" e viu nomes, sem especificar quais.

Respondendo a perguntas de Paulo Sá e Cunha, advogado do arguido Manuel Abrantes (antigo provedor adjunto da Casa Pia), Catalina Pestana respondeu afirmativamente à pergunta se o jovem lhe teria dado documentos para guardar, pedindo depois ao tribunal para não explicar onde estavam esses documentos.

A juíza que preside ao colectivo, Ana Peres, disse a Catalina Pestana que teria de responder às perguntas e a provedora acabou por admitir que tinha os documentos em seu poder, tendo o jovem dito na altura, em que lhe pediu para os guardar, que a Polícia Judiciária tinha cópias.

Paulo Sá e Cunha apresentou então um requerimento ao tribunal no sentido de Catalina Pestana ser notificada para entregar os referidos documentos, sendo apoiado por requerimentos idênticos dos advogados dos arguidos Carlos Cruz, Ferreira Diniz, Gertrudes Nunes, Hugo Marçal e Jorge Ritto.

Os advogados da Casa Pia, representados por Miguel Matias, e o Ministério Público, por João Aibéu, socorreram-se da lei ao requerer um prazo para se pronunciarem, o que, na prática, iria atrasar a decisão sobre se Catalina teria ou não de entregar os referidos documentos.

Perante a insistência dos advogados dos referidos arguidos a juíza interrompeu a sessão para tomar uma decisão mas acabou por não ser necessário porque quando se reiniciou a audiência Miguel Matias anunciou ao Tribunal que os documentos estariam na sua posse "em 10 minutos".

Os documentos chegaram depois ao Tribunal e ficaram à guarda deste, tendo agora os advogados e o Ministério Público até dia 11 para se pronunciarem sobre a junção ou não dos documentos aos autos.

De acordo com Catalina Pestana trata-se de várias folhas, manuscritas pelo jovem, um género de apontamentos que poderão ser um diário.O jovem em questão é considerado a principal testemunha do processo e em conversas com Catalina Pestana implicou todos os homens que são arguidos no caso de pedofilia na Casa Pia.

O antigo aluno da instituição, hoje já adulto, terá sido abusado durante vários anos.

Na sessão de hoje a provedora respondeu apenas a perguntas feitas por Paulo Sá e Cunha, sempre como assistente no processo, ou seja na qualidade da representante legal da Casa Pia.

No início da sessão Ana Peres indeferiu um requerimento dos advogados de defesa no sentido de Catalina Pestana ser ouvida também como testemunha. Ricardo Sá Fernandes, advogado do arguido Carlos Cruz, recorreu para o Tribunal da Relação.

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