China critica directivas da UE contra importação de têxteis

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As exportações chinesas para a União Europeia subiram 46 por cento em Janeiro, em valores homólogos Paulo Ricca/PÚBLICO

"As directivas adoptadas pela UE vão contra o espírito de liberdade de comércio defendido pela União Europeia", considerou o porta-voz do Ministério do Comércio da China, Chong Quan.

A Comissão Europeia divulgou ontem um guia com os níveis de alerta previstos para que seja accionado o processo de adopção de restrições contra as exportações têxteis chinesas.

"O guia não só afectará o comércio têxtil entre a China e a UE, como representará um forte abalo para todo o comércio têxtil mundial. Em relação a isto, demonstramos a nossa forte oposição", referiu Chong.

O porta-voz chinês argumenta que o comércio têxtil entre a Chinae a UE é "complementar", com "benefícios mútuos". "Qualquer obstáculo à liberalização do comércio têxtil irá prejudicar os dois lados", defendeu.

O porta-voz referiu que Pequim e Bruxelas "devem aumentar o diálogo e a cooperação para resolver estes problemas" e apelou à "prudência" do bloco europeu.

Chong defende que a China tem demonstrado uma "atitude responsável" e "já adoptou uma série de medidas para garantir uma transição suave com a liberalização" do comércio dos têxteis e vestuário no início de 2005.

O nível mínimo de alerta estipulado por Bruxelas para accionar o processo que poderá levar à adopção de medidas de salvaguarda é de dez por cento em relação ao crescimento das exportações têxteis por comparação com 2004.

Bruxelas disse, todavia, que ainda é cedo para adoptar cláusulas de salvaguarda, apesar da pressão de países como Portugal, França ou Itália.

Após o fim das quotas têxteis, no início deste ano, as exportações chinesas do sector aumentaram 46 por cento em Janeiro, em comparação com o mesmo mês do ano anterior.