Através do seu Fundo para a Conservação da Natureza - composto por donativos de empresas, sócios e cidadãos -, a Quercus adquiriu terrenos para a conservação de uma escarpa de nidificação de aves rupícolas no Tejo Internacional e de uma gruta de morcegos no sítio "Sicó-Alvaiázere".

A conservação de 2,4 hectares de turfeira na Serra da Freita - habitat de elevado valor biológico - vai ser alvo de uma gestão conjunta, objecto de um acordo com a duração de 15 anos, porque o terreno é baldio e, por isso, não pode ser vendido, explicou Hélder Spínola, presidente da direcção da Quercus, ao PUBLICO.PT.

Além de delimitar áreas "onde se concentrem valores naturais relevantes ou mesmo espécies únicas", que raramente atingem os 20 hectares, a associação elabora planos de gestão "que contam com o imprescindível apoio das entidades locais", salienta o dirigente. No caso da turfeira, o projecto resulta de uma parceria com a Junta de Freguesia de Arões, a Comissão de Compartes de Côvo e a Alfa - Associação Lusitana de Fitossociologia, apoiada pela Companhia da Água - Águas de São Cristóvão.

A nova micro-reserva implica a colocação de uma vedação que impeça o acesso de pessoas e gado à turfeira, a moderação do pastoreio e a limitação do uso do fogo, bem como a proibição do uso de fertilizantes, obras de drenagem e a circulação de veículos motorizados.

Hélder Spínola adianta que já estão "a ser estudadas várias ideias" e aventou a hipótese de, até ao final do ano, "podermos ter mais uma" micro-reserva. A Tagis - Centro de Conservação das Borboletas de Portugal está a estudar a possibilidade de criar micro-reservas biológicas para a preservação de borboletas ameaçadas de extinção.

A negociação com os proprietários e os apoios financeiros são os factores que limitam o projecto da rede apresentado por Hélder Spínola.