Cordão humano contra passagem do Metro junto ao Hospital de S. João

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Para o hospital, o actual projecto do Metro junto à unidade, a concretizar-se, será de grande perigosidade para os doentes Fernando Veludo/PÚBLICO

Médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar, estudantes de Medicina e utentes, de mãos dadas, protestaram contra o traçado do Metro do Porto delineado para a envolvente do hospital, afirmando que querem o metro mas "enterrado já".

O cordão humano, organizado pela comissão "ad-hoc", acabou por circundar a unidade hospitalar. Esta comissão foi criada para defender a construção subterrânea da linha de metro junto ao S. João, considerando que o projecto, tal como está desenhado, "é uma grande passagem de nível sem guarda, perigosa para os doentes".

Castro Henriques, membro do Movimento de Utentes do Serviço de Saúde (MUSS) e da comissão "ad-hoc", afirmou aos jornalistas que a empresa Metro do Porto estará a cometer ilegalidades nesta obra da Linha Amarela, que decorre a bom ritmo e tem inauguração prevista para o Verão. "Não há nenhuma placa de licenciamento da obra nem nenhuma autorização escrita, que eu saiba, a autorizar o que aqui está a ser feito", disse.

Castro Henriques lamentou o trânsito "caótico" que já se regista em frente ao hospital e a inexistência de uma via única para situações de emergência, afirmando que uma ambulância já demorou cerca de meia hora a chegar ao hospital desde a Faculdade de Economia, que fica numa das ruas do quarteirão do S. João.

Entretanto, adiantou, o abaixo-assinado que o MUSS faz circular desde o fim de Março "já reuniu dentro do hospital milhares de assinaturas".

O traçado desenhado pela Metro do Porto implica a utilização de solo pertencente à Faculdade de Medicina, tendo o presidente do conselho directivo interposto já uma providência cautelar para travar a obra.

A pedido da juíza, membros da Metro do Porto e da Faculdade reuniram-se na semana passada, mas não chegaram a acordo, aguardando-se a decisão do tribunal.

O presidente da comissão executiva da Metro do Porto, Oliveira Marques, alega não ter poder de decisão para enterrar o metro e afirma que essa alteração do projecto fica muito mais cara e é dificilmente exequível.

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