Cordão humano contra passagem do Metro junto ao Hospital de S. João
Médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar, estudantes de Medicina e utentes, de mãos dadas, protestaram contra o traçado do Metro do Porto delineado para a envolvente do hospital, afirmando que querem o metro mas "enterrado já".
O cordão humano, organizado pela comissão "ad-hoc", acabou por circundar a unidade hospitalar. Esta comissão foi criada para defender a construção subterrânea da linha de metro junto ao S. João, considerando que o projecto, tal como está desenhado, "é uma grande passagem de nível sem guarda, perigosa para os doentes".
Castro Henriques, membro do Movimento de Utentes do Serviço de Saúde (MUSS) e da comissão "ad-hoc", afirmou aos jornalistas que a empresa Metro do Porto estará a cometer ilegalidades nesta obra da Linha Amarela, que decorre a bom ritmo e tem inauguração prevista para o Verão. "Não há nenhuma placa de licenciamento da obra nem nenhuma autorização escrita, que eu saiba, a autorizar o que aqui está a ser feito", disse.
Castro Henriques lamentou o trânsito "caótico" que já se regista em frente ao hospital e a inexistência de uma via única para situações de emergência, afirmando que uma ambulância já demorou cerca de meia hora a chegar ao hospital desde a Faculdade de Economia, que fica numa das ruas do quarteirão do S. João.
Entretanto, adiantou, o abaixo-assinado que o MUSS faz circular desde o fim de Março "já reuniu dentro do hospital milhares de assinaturas".
O traçado desenhado pela Metro do Porto implica a utilização de solo pertencente à Faculdade de Medicina, tendo o presidente do conselho directivo interposto já uma providência cautelar para travar a obra.
A pedido da juíza, membros da Metro do Porto e da Faculdade reuniram-se na semana passada, mas não chegaram a acordo, aguardando-se a decisão do tribunal.
O presidente da comissão executiva da Metro do Porto, Oliveira Marques, alega não ter poder de decisão para enterrar o metro e afirma que essa alteração do projecto fica muito mais cara e é dificilmente exequível.