Liverpool-Juventus e Lyon-PSV no arranque dos quartos-de-final da Liga dos Campeões

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Os dois gigantes do futebol europeu enfrentam-se hoje em Anfield Road Paul Ellis/AP

"Já lá vão 20 anos que estamos à espera deste jogo e ele chega na altura ideal. Simplesmente não podemos esquecer o que se passou", considera Ian Rush, antigo avançado galês do Liverpool que estava no relvado enquanto o drama acontecia nas bancadas do estádio belga, com adeptos a serem esmagados e empurrados contra os muros - a maioria das vítimas (38) era de nacionalidade italiana. Hoje, no reencontro, espera-se um ambiente de boa vontade entre as partes. Phil Neal, capitão do Liverpool em 1985 (a final foi conquistada pela Juventus, com um penalti convertido por Michel Platini), vai transportar uma bandeira com o nome das vítimas, seguindo-se um minuto de silêncio.

Há muito afastado do topo do futebol europeu e relegado a uma posição secundária nas competições em Inglaterra, o Liverpool, banido das competições europeias por seis anos devido aos incidentes de Heysel, chega ao encontro fragilizado pelas muitas lesões (Cissé, Pongolle, Hamman e Mellor) e pela impossibilidade de poder utilizar Morientes. Do lado da Juventus, ainda na luta pelo "scudetto", os jogadores estarão mais descansados, com a paragem desportiva em Itália devido à morte do Papa João Paulo II, um elemento que contribui para o favoritismo italiano na eliminatória.

No outro embate do dia destes quartos-de-final sem equipas espanholas, sem a carga emocional ou nomes históricos do confronto de Anfield, o Olympique Lyon, a caminho do seu quarto título consecutivo em França, é um inesperado favorito neste duelo de outsiders no Estádio Guerland, em Lyon, frente ao PSV Eindhoven, quanto mais não seja pela estrondosa demonstração de poder na eliminatória anterior com o Werder Bremen: vitória, no total das duas mãos, por 10-2. "Somos favoritos e temos de aceitar esta situação", admite Paul Le Guen, treinador da equipa gaulesa, eliminada na edição do ano passado da Champions pelo FC Porto.

Mas em Eindhoven mora uma equipa sólida orientada por um treinador experiente, Guus Hiddink. O PSV lidera o campeonato holandês e já este ano deixou pelo caminho uma equipa francesa, o Mónaco, finalista vencido em 2004. Hiddink reconhece algum favoritismo francês, mas alerta que o PSV tem os seus argumentos: "Justifica-se. O Lyon tem feito excelentes jogos na Europa e em França, mas nós tambem estamos a jogar bem."

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