Reclusos de Alcoentre fazem greve ao trabalho
Uma porta-voz da Direcção Geral dos Serviços Prisionais (DGCP) disse que dos 401 reclusos da cadeia de Alcoentre que trabalham, 69 recusaram-se hoje a fazê-lo.
Vários detidos contactaram hoje a agência Lusa, justificando a greve ao trabalho com a utilização "abusiva" de gás lacrimogéneo contra os reclusos dentro da cadeia e da existência de "chantagem com as saídas precárias".
A porta-voz da DGSP esclareceu à Lusa que os serviços da cadeia de Alcoentre só utilizaram uma vez, "numa situação extrema", o gás lacrimogéneo, negando também a existência de chantagem com as saídas precárias.
Um dos detidos contou, por telefone, que os problemas na cadeia de Alcoentre não se resumem à falta de higiene.
Ontem, um detido atirou-se do segundo andar da ala A do estabelecimento e outros 13 detidos subiram ao telhado da prisão em sinal de protesto contra a falta de higiene no edifício.
A mesma fonte adiantou também que a DGSP tem acompanhado de perto o funcionamento do estabelecimento prisional de Alcoentre, com diversas visitas por parte da direcção. A presença do director-geral da DGSP nas instalações é outra das reivindicações dos reclusos de Alcoentre.