Vírus de Marburg: indivíduo que esteve no Uíge faz exames em Portugal

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Os primeiros sintomas são dores de cabeça e musculares, febre alta, indisposição, vómitos, diarreia e náuseas Reuters

Um indivíduo que esteve na província angolana de Uíge está ser submetido a exames, em Portugal, por mera precaução, para garantir que não sofre da febre hemorrágica originada pelo vírus de Marburg, disse à Lusa o subdirector de Saúde Francisco George.

O médico disse ontem ao final do dia não ter a certeza se se trata de um cidadão português, mas sublinhou que se trata de uma mera precaução.

Segundo números oficiais, já morreram em Angola 118 pessoas, vitimadas pela febre hemorrágica originada pelo vírus de Marburg, das quais 115 morreram no Uíge, duas em Luanda e uma em Cabinda.

Está já em Angola uma equipa de médicos e enfermeiros da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), esperando-se a chegada, dentro de dias, ao Uíge, de mais três epidemiologistas da Organização Mundial de Saúde.

A febre hemorrágica que está a afectar a província angolana do Uíge é provocada, segundo as análises realizadas em laboratórios especializados nos Estados Unidos, pelo vírus de Marburg.

Não foi ainda possível determinar em que circunstâncias a doença passou para os seres humanos mas sabe-se que o contágio é feito através de contacto com fluidos corporais, como o suor, a saliva ou o sémen, de indivíduos infectados.

Trata-se de uma infecção viral, do grupo de radovírus, da mesma família do Ébola, que se manifesta clinicamente por uma síndrome febril hemorrágica.

Os seus primeiros sintomas são dores de cabeça e musculares, febre alta, indisposição, vómitos, diarreia e náuseas, o que tem originado alguma confusão com o paludismo, surgindo as hemorragias ao fim de cinco a sete dias.

A Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde já declararam a existência de uma epidemia de Marburg em Angola, especialmente na província do Uíge, tendo ainda colocado em alerta o sistema de vigilância epidemiológica nas vizinhas províncias do Zaire, Cuanza Norte, Malange e Cabinda.

Esta doença é considerada rara e de alta contaminação, apresentando uma taxa de mortalidade superior a 80 por cento dos casos.

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