TAP junta-se hoje à Star Alliance
A cerimónia realiza-se com pompa e circunstância no Pavilhão de Portugal, na zona da Expo, com a presença de cerca de 80 convidados que já ontem estiveram num jantar organizado no Palácio da Ajuda. Os convites da TAP, que comemora também hoje à noite o 60º aniversário, incluíram o Presidente da República, Jorge Sampaio, e o novo ministro da tutela, Mário Lino.
Os ganhos da adesão da transportadora à Star são difíceis de quantificar, mas prevê-se que superem os custos de acesso a este "clube" restrito - que concorre com outras duas parcerias mundiais dentro do sector, a OneWorld e a SkyTeam.
A "jóia" de admissão da TAP a esta aliança ascende a dez milhões de euros, a que acresce uma quota mensal de 3,7 por cento de todos os custos de funcionamento da aliança, afirmou ao PÚBLICO o director de relações internacionais da companhia, Guedes Dias. A cumprir-se o orçamento de despesas da Star para este ano, que ronda os 39 milhões de euros, a companhia portuguesa irá entregar cerca de 1,44 milhões de euros ao longo de 2005.
Nestas contas têm ainda de entrar outros "fees" relativos a projectos específicos dentro da aliança, mas que serão valores mais reduzidos: são calculados com base na extensão das redes de destinos das companhias, no número de frequências e no tráfego de passageiros e de carga movimentados. "A dimensão muito reduzida da TAP no seio da família Star faz com que pague menos", salienta o mesmo responsável.
Imunidade às leis anti-monopólio
Entre os projectos de acesso mais restrito, Guedes Dias destaca um pedido de imunidade relativamente às leis anti-monopólio dos Estados Unidos, que se for bem sucedido irá permitir à TAP concertar horários, tarifas e partilhar receitas e custos com a United Airlines - a segunda maior transportadora do mundo e também membro da Star Alliance. O director de relações internacionais prefere não arriscar uma data para a concretização do processo. Diz apenas que o pedido de autorização aos departamentos de justiça e dos transportes dos Estados Unidos e também à Comissão Europeia - no que respeita a Bruxelas, não será necessário aguardar por uma resposta prévia - irão chegar às mãos daquelas autoridades antes do final deste ano. Este trabalho, que está a ser coordenado com a Star, envolve também a polaca LOT, outra recém-chegada à aliança.
Ainda antes do sim dos Estados Unidos, "deverá ver a luz do dia em Julho de 2005" um acordo de "code-share" (partilha de códigos) com a United para as rotas entre os dois países, que irá permitir à companhia norte-americana vender lugares nos aviões da TAP e vice-versa - caso a United venha a voar para um aeroporto português. No final de Agosto iniciam-se os testes do "interlining electronic ticketing", que terão início com a United mas vão estender-se a outras transportadoras. Este sistema permite que as companhias que participam num único itinerário tenham acesso à mesma informação sobre o passageiro.