Miguel Relvas prefere referendo europeu com eleições nacionais
Em declarações a jornalistas à saída da cerimónia que decorreu no Palácio da Ajuda, Lisboa, Miguel Relvas sustentou que "seria mais lógico e mais adequado" que o referendo europeu coincidisse com umas eleições "de âmbito nacional" e deu como exemplo as presidenciais.
O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou hoje que vai propor ao Presidente da República que o referendo sobre o tratado da União Europeia se realize em simultâneo com a data das eleições autárquicas, que deverão ocorrer no próximo em Outubro.
Ressalvando que a sua posição não é ainda a posição oficial do PSD, Miguel Relvas sublinhou a necessidade de "um consenso alargado" sobre a matéria e salientou "a especificidade" das eleições autárquicas.
"As autárquicas não são uma eleição, são 308 eleições (para as 308 autarquias municipais). É preciso clareza. Imaginemos que o PS numa determinada câmara vai coligado com os comunistas ou com o Bloco de Esquerda, que têm posições contrárias àquele partido sobre matéria europeia", exemplificou.
Alberto João Jardim concorda com proposta de SócratesO presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, concorda com a proposta do primeiro-ministro. "Não vejo inconveniente nenhum, porque as pessoas estão cansadas e fartas de eleições e de referendos", disse, à saída do Conselho Regional do PSD-Madeira.
Alberto João Jardim duvida, contudo, que o PCP, o BE e alguns sectores do CDS-PP venham "a gostar disso".
"Feito ao mesmo tempo das eleições autárquicas e sabendo-se que o PSD e o PS são a favor do Tratado, o que não sucede, nem com o Bloco de Esquerda, nem com o PCP e nem com alguns sectores do CDS, não há dúvida que favorece a aprovação do referendo", concluiu.