José Sócrates: Maior desafio é "estar à altura da maioria absoluta"

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O primeiro-ministro acredita que é tempo de mudar a página Inácio Rosa/Lusa

José Sócrates, hoje empossado como primeiro-ministro, assumiu que o maior "desafio (do Executivo) é estar à altura da maioria absoluta" e indicou que quer "transformar o Portugal das fatalidades no Portugal das oportunidades".

José Sócrates concordou, no seu primeiro discurso como primeiro-ministro, que as eleições antecipadas foram um passo necessário. "A verdade é que o povo tinha realmente uma palavra a dizer às suas entidades representativas", disse José Sócrates, que assim anunciou o "novo ciclo na vida política portuguesa" que hoje começa. O primeiro-ministro indicou como pilares da sua governação a inovação, desenvolvimento e a tecnologia, que devem ser aplicadas nas empresas e na administração pública como "ferramenta para ultrapassar os modelos actuais".

No seu discurso, o chefe do Governo fez questão de sublinhar que a maioria absoluta dos socialistas não terá o risco de silenciar as minorias. "Nenhuma força política, parceiro social ou grupo de cidadãos ficará excluído do processo de decisão. A maioria absoluta que temos é também sinal de exigência para uma maior qualidade da democracia", disse. No entanto, Sócrates deixou também uma advertência: "Este Governo tem a sua agenda. Este Governo vem para cumprir o seu programa".

As três grandes prioridades do novo governo, elencadas no Palácio da Ajuda por José Sócrates, são:" vencer os factores estruturais que condicionam o nosso desenvolvimento; recuperar o crescimento económico e combater o desemprego; e reduzir decisivamente as desigualdades sociais e os níveis de pobreza em Portugal".
Na segunda parte do seu discurso, José Sócrates afirmou que o referendo à Constituição Europeia se realizará em simultâneo com as eleições autárquicas, ou seja, em Outubro deste ano. Numa afirmação no contexto da defesa do consumidor e da concorrência, o primeiro-ministro indicou a sua vontade em alterar a lei que obriga à venda de medicamentos sem receita médica em farmácias, mostrando abertura para retirar às farmácias o monopólio da comercialização dos medicamentos de venda livre.

Novo Governo tomou posse

Com o novo primeiro-ministro, José Sócrates, tomaram posse 16 ministros e o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Jorge Lacão.

Tomaram posse Diogo Freitas do Amaral, nos Negócios Estrangeiros; António Costa, como ministro de Estado e da Administração Interna; Luís Campos e Cunha como ministro de Estado e das Finanças; Francisco Nunes Correia, no Ambiente; Manuel Pinho na Economia e Inovação; Jaime Silva na Agricultura; Isabel Pires de Lima na Cultura; Maria de Lurdes Rodrigues na Educação.

Alberto Costa é o novo ministro da Justiça, Correia de Campos regressa à Saúde, Augusto Santos Silva passa agora para os Assuntos Parlamentares e Mariano Gago na Ciência e Ensino Superior. Vieira da Silva é ministro da Segurança Social; Pedro Silva Pereira é o ministro da Presidência; Luís Amado é ministro da Defesa.

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