Mar Adentro

Conclusão óbvia: Amenabár é melhor em brinquedos ("Os Outros") do que em coisas sérias. A "Mar Adentro", sem beliscar o notável de trabalho de Bardem, objectamos o embrulho "romântico" (nem faltam Wagner, Mozart, Beethoven...), pindericamente exibido em voos sobre o mar, numa tentativa de "comover" o espectador que vai contra a enorme secura da personagem, e na criação de rodriguinhos sentimentais (a história da jornalista doente) que atrasam mais do que adiantam. Por outro lado, há uma vontade de fazer um "filme feliz" que paradoxalmente torna o filme um tanto leviano enquanto discurso sobre a eutanásia. Uma boa cena, contudo: a figuração da impossibilidade de entendimento entre Ramon e o padre, eles que falam em "níveis" conceptuais inconciliáveis, e onde Amenabár encontra uma solução literal para dar visibilidade ao insuperável "desnível".<p/>

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