Energias renováveis elevadas a prioridade para Estados insulares em desenvolvimento

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Kofi Annan mostrou-se satisfeito com a atenção dada a estes países pela comunidade internacional Georges Michel/AP

Depois de cinco dias a debater o futuro dos Estados insulares em desenvolvimento, sob a égide da ONU na Maurícia, os participantes na conferência que terminou hoje adoptaram uma declaração que eleva o uso das energias renováveis a questão prioritária e reconhece os efeitos das alterações climáticas nas nações mais vulneráveis do planeta.

A conferência - organizada para rever a implementação do Programa de Acção para o Desenvolvimento Sustentável dos Estados Insulares em Desenvolvimento, adoptado há dez anos – foi uma oportunidade para estes países apresentarem à comunidade internacional as suas fragilidades, procurar parcerias e formas inovadoras de responder aos desafios económicos e ambientais.

A Estratégia Maurícia, adoptada hoje, debruça-se sobre 20 temas que incluem alterações climáticas, catástrofes naturais, gestão de resíduos, recursos costeiros e marinhos, recursos hídricos e energéticos e globalização e liberalização do comércio.

De acordo com a estratégia, os Estados insulares em desenvolvimento “acreditam que estão já a sofrer os efeitos das alterações climáticas” e a sua adaptação é uma questão prioritária, bem como a eficiência energética e o uso de energias renováveis.

Na área do comércio, a declaração reconhece as dificuldades destes países em integrarem a economia global e a importância de intensificarem os esforços para participarem no processo de tomada de decisões da Organização Mundial do Comércio.

A declaração compromete-se com a implementação da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas e na cooperação climática. Neste âmbito, o texto reafirma o compromisso da comunidade internacional na estabilização das concentrações de gases com efeito de estufa na atmosfera, num período de tempo suficiente para permitir a adaptação dos ecossistemas às alterações climáticas.

As ilhas saudaram o apoio dado pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) e outras agências da ONU no desenvolvimento do ecoturismo.

No discurso de encerramento, Paul Raymond Bérenger, primeiro-ministro da Maurícia e presidente do encontro, considerou que a conferência “provou que os pequenos países em geral e os insulares em particular podem dar um contributo para as questões internacionais e que merecem respeito e consideração”. Além disso lembrou que estão particularmente vulneráveis.

O secretário geral das Nações Unidas, Kofi Annan, mostrou-se satisfeito com a atenção dada a estes países, falando do “interesse renovado” e do “compromisso de toda a comunidade internacional nas questões que os preocupam – desde a vulnerabilidades ambientais a economias de pequena escala, distanciamento dos mercados mundiais, elevados custos energéticos e problemas de gestão de resíduos”.

Annan salientou ainda a resposta entusiástica ao seu apelo à criação de um sistema de alerta global que responda a maremotos e outras ameaças naturais como tempestades e ciclones.

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