Valsa com Anne Frank

Não é ainda com À Procura de Anne Frank que Ari Folman vai fazer esquecer Valsa com Bashir, mas a sua versão do diário da vítima do Holocausto tem muito para ferrar o dente.

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Talvez não seja possível libertar Anne Frank do espartilho do ícone
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Já se tornou evidente que o israelita Ari Folman não vai conseguir “sacudir” a percepção de ser cineasta de um único filme — Valsa com Bashir, a sua memória em animação da guerra do Líbano. E isto apesar de ter assinado logo a seguir uma obra-prima injustamente menosprezada, O Congresso, que, vista hoje, sugere uma presciência aterradora sobre o futuro. Não ajuda que, para o seu novo projecto, se abalance ao Diário de Anne Frank, já alvo de adaptações cinematográficas e teatrais. No entanto, percebe-se rapidamente que Folman está a trabalhar não tanto de acordo com o que “o mercado” (seja lá isso o que for) espera dele, mas com o que ele sente que precisa de dizer, agora, com esta história, mesmo correndo o risco de tombar no didáctico (aliás, há uma cena do filme em que o israelita reconhece esse perigo, na qual se assiste a uma produção de palco do Diário onde tudo é sublinhado a traço grosso).

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