Governos estudam criação de rede de alerta de tsunamis

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O tempo que se perdeu domingo em questões de protocolo redundou numa enorme catástrofe EPA

Bayu Pranata, o cientista que estava a tomar conta da uma estação sismológica em Sumatra, a 690 quilómetros do epicentro do sismo de domingo, soube logo que se podia gerar um tsunami. Mas não conseguiu alertar as autoridades indonésias, relata o "The Wall Street Journal".

Acabou por telefonar para rádios, na esperança de que um jornalista contactasse alguém com poder para evacuar as zonas costeiras. Mas ninguém recebeu esse aviso. Na Austrália, que participa no único serviço do mundo de monitorização de tsunamis (para o Pacífico), a possibilidade de um maremoto foi detectada meia hora depois do abalo.

Mas, como não há um sistema internacional para a comunicação destes riscos, os cientistas australianos não podiam enviar mensagens aos governos de outros países. Tiveram de contactar a agência de cooperação, a Ausaid, para que avisasse embaixadas australianas nos países que sofreriam os efeitos do maremoto.

O tempo que se perdeu nestas questões de protocolo redundou numa enorme catástrofe. Por isso, responsáveis das Nações Unidas, e os governos da Austrália e da Índia, avançaram a intenção de constituir uma rede de alerta de tsunamis no Índico. A ideia deverá ser discutida em Fevereiro, no Japão, e também em Bruxelas, em Março, nas negociações para constituir um novo sistema de monitorização do planeta.

Mas montar uma tal rede demorará anos e, de acordo com estimativas feitas para o "Washington Post" por Costas Synolakis, da Universidade da Califórnia do Sul, que desenvolveu um sistema de alerta para tsunamis nos EUA, deverá custar pelo menos 150 milhões de dólares.

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