Lisboa: Metro chega aos bairros históricos em 2010

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O Metropolitano de Lisboa fez 45 anos Dulce Fernandes/PÚBLICO

O Metropolitano de Lisboa vai chegar aos bairros históricos da cidade em 2010, data prevista para a conclusão da Linha das Colinas, com uma extensão de 8,5 quilómetros e 16 novas estações. A expansão representa um investimento de 350 milhões de euros, a financiar através de uma parceria público-privada, segundo anunciou ontem o presidente do conselho de gerência da transportadora.

A Linha das Colinas, cujo concurso público vai ser lançado no quarto trimestre de 2005, "visa dotar as zonas tradicionais de Lisboa de condições de mobilidade que permitam também a sua renovação e requalificação", justificou Mineiro Aires na apresentação do plano de expansão da rede, no âmbito das comemorações do 45º aniversário do Metropolitano de Lisboa.

Construir a primeira circular interna em transportes colectivos, potenciar a conexão com todas as linhas de metro na zona mais central da cidade e potenciar o rejuvenescimento habitacional e do tecido económico das zonas servidas são os objectivos daquela que o responsável classificou como "uma intenção recente que o metro tem".

Com terminal nas estações de Campo de Ourique, a concluir em 2010, e Santa Apolónia, com conclusão prevista para o primeiro trimestre de 2006, a linha tem paragens na Estrela, São Bento, Academia das Ciências, Príncipe Real, Avenida, Campo dos Mártires da Pátria, Gomes Freire, Estefânia, Arroios, Paiva Couceiro, Penha de França, Sapadores, Graça e Cerca Moura.

O percurso total vai ser percorrido em 22 minutos, estimando-se uma oferta diária de 43120 lugares em cada sentido, com a passagem de veículos a cada cinco minutos, entre as 7h e as 21h, e a cada dez minutos durante o resto do dia.

Linhas das Colinas servida por metro sobre pneus

O traçado da linha, com "declives fortes e sucessivos" e curvas horizontais "relativamente apertadas", levou à opção por uma tecnologia diferente da utilizada nas restantes linhas, através de um metro sobre pneus, um sistema "mais ligeiro e automatizado".

Outras dificuldades a ultrapassar são o cruzamento do traçado com outras linhas, na Avenida, Arroios e Estrela, e com o túnel ferroviário do Rossio, "intersecção que será contemplada nas obras de reforço" da estrutura, referiu Mineiro Aires. A necessidade de passar sob tecido urbano edificado levou à consideração de maiores profundidades nas estações.

O Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações disse que a Linha das Colinas, que vai servir uma área com uma elevada taxa de decréscimo populacional e onde estão concentrados 29 por cento dos alojamentos vagos recenseados, representa "uma enorme ambição do ponto de vista da requalificação urbana". António Mexia sublinhou a importância da expansão para "zonas com problemas graves de desertificação devido às dificuldades do ponto de vista de acesso e de estacionamento e à falta de transportes públicos".

O governante classificou como "uma abordagem inovadora" a anunciada parceria com privados, salientando a necessidade de recorrer a "mecanismos mais actuais no que diz respeito ao financiamento e exploração" dos transportes públicos, "não vistos como maneiras de desorçamentação mas sim como trazendo competências novas e um valor acrescentado".

Mineiro Aires sublinhou também a opção por "alguma inovação quanto às formas de financiamento", justificada com a necessidade de "recorrer à imaginação" para encontrar "soluções que financeiramente não sobrecarreguem a empresa, realidade que era cada vez mais incomportável".

A expansão da rede do Metropolitano de Lisboa ontem apresentada, a concluir em 2010, representa um investimento superior a 1,4 mil milhões de euros e permitirá aumentar a extensão da rede de cerca de 35 quilómetros para quase 60 e o número de estações de 48 para 80.

Em curso estão o troço Baixa/Chiado/Santa Apolónia, a concluir no primeiro trimestre de 2006, e Alameda/São Sebastião, que entrará em serviço no primeiro trimestre de 2008. Em projecto, com "condições para serem lançadas a concurso público em pouco tempo", estão as ligações entre São Sebastião e Campolide e entre Oriente e Aeroporto, que António Mexia disse ser "absolutamente decisiva e lógica em qualquer país". Em estudo estão ainda os troços entre Aeroporto e Lumiar, Campolide e Campo de Ourique e Rato e Alcântara.

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