Nobel da Paz para ecologista queniana Wangari Maathai

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Maathai fundou o Movimento Cinto Verde, com o qual mobilizou, há já 30 anos, mulheres pobres a plantar 30 milhões de árvores Tor Richardsen/EPA

A militante ecologista queniana Wangari Maathai foi hoje laureada pela Academia Sueca com o Nobel da Paz, "pela sua contribuição para o desenvolvimento sustentável, democracia e paz".

“A paz na Terra depende da nossa capacidade de cuidarmos do nosso ambiente. Maathai está na linha da frente da luta para a promoção de um desenvolvimento social, económico e cultural viável, no Quénia e em África. Ela adoptou uma visão global no que toca ao desenvolvimento sustentado, envolvendo a democracia, os direitos humanos e os direitos das mulheres em particular. Ela pensa globalmente e actua localmente”, destaca o comité Nobel.

Maathai foi uma forte opositora do ex-regime opressivo queniano e serviu de inspiração a muitas pessoas na luta pelos direitos democráticos e encorajou especialmente as mulheres a lutarem pelos seus direitos. Maathai é a primeira africana a vencer o Nobel, e a 12ª mulher a consegui-lo.

Maathai combina ciência, compromisso social e política activa. Mais do que se limitar a proteger o ambiente, a sua estratégia é assegurar e alargar as bases do desenvolvimento sustentável. A laureada com o Nobel fundou o Movimento Cinto Verde, com o qual mobilizou, há já 30 anos, mulheres pobres a plantar 30 milhões de árvores. Os seus métodos foram já adoptados noutros países.

“Estamos todos conscientes da forma como a desflorestação leva à desertificação em África e ameaça outras regiões do mundo – incluindo a Europa. Proteger as florestas contra a desertificação é um factor vital na luta para a fortificação do ambiente vivo no nosso Planeta”, sublinha a Academia Sueca.

Através da educação, planeamento familiar, nutrição e luta contra a corrupção, o Movimento Cinto Verde abriu caminho em direcção ao desenvolvimento, considera a Academia Sueca, que estimou ainda que “Maathai (64 anos) é uma voz forte que fala pelas melhores vozes de África, promovendo a paz e as boas condições de vida nesse continente”.

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