Women on Waves: bispo das Forças Armadas concorda com entrada do navio desde que cumpra a lei
A actual situação de impasse, "em vez de ajudar à clarificação de um problema, vem radicalizar posições e tornar a aproximação a extremismos", disse o prelado, em declarações à agência Lusa.
Embora salientando que ainda não se debruçou sobre os aspectos jurídicos deste caso, o bispo considera que o barco pode atracar em portos nacionais, caso garanta o cumprimento da lei do aborto portuguesa.
"É indiscutível que um país deve defender o seu território e a sua lei" pelo que o bispo defende que o barco deve esclarecer quais as suas intenções.
"Se o barco pretende uma simples campanha, qualquer que seja a lei de um país, ninguém pode impedir a liberdade de expressão", explicou.
Contudo, se o barco da organização Women on Waves "pretende, através desta ou doutra modalidade, infringir a lei", é "perfeitamente legítima" a acção das autoridades portuguesas.
O prelado, que é também presidente da Comissão Episcopal das Migrações e Turismo, considera que o Estado português "não deve ser anjinho" e permitir uma "violação da lei em território nacional".
Na sua opinião, nesta matéria, o Governo baseia-se em "critérios legais", pelo que a única possibilidade de desbloquear o problema "está nas mãos do barco", que "tem de clarificar a sua posição".