A conferência reúne 800 especialistas de todo o mundo, que vão analisar os avanços na busca de uma vacina contra a maior epidemia da modernidade. Giuseppe Pantaleo, responsável pela conferência, discursou na cerimónia de abertura do encontro, reafirmando que é "urgente" que a comunidade internacional intensifique o empenho "político e financeiro" no combate à doença.

"Precisaremos de entre dez e 15 mil milhões de euros nos próximos dez anos para garantir o desenvolvimento clínico adequado dos actuais candidatos a vacinas", explicou.

Também crucial para o sucesso de qualquer estratégia em curso é uma maior coordenação entre os vários agentes envolvidos na busca de uma vacina, com mais apostas na colaboração e nos "trabalhos conjuntos", bem como a defesa da transparência e da abertura nas investigações, dizem os peritos.

Estimativas dos organizadores da conferência indicam que até 2010 deverão ser registados mais 45 milhões de casos de HIV/Sida, o que obriga a comunidade internacional a complementar o apoio no tratamento e prevenção com "mais empenho" na busca de vacinas. "A sobrevivência de pessoas que vivem com o HIV/Sida foi alargada, mas só uma vacina segura e eficaz poderá controlar a epidemia. A complexidade do desenvolvimento dessa vacina, contudo, coloca enormes desafios científicos, clínicos, financeiros, logísticos, organizacionais e de manufactura", referiu Pantaleo.

Michel Kazatchkine, responsável da principal agência francesa de investigação sobre a sida (ANRS) acredita que, apesar dos muitos projectos em curso, especialmente na Europa, o sector continua a carecer de fundos e apelou aos líderes europeus que procurarem novas estratégias e demonstrem ainda mais empenho político e financeiro.

A conferência junta especialistas que devem dar conta dos avanços registados em vários aspectos do combate à epidemia, incluindo a investigação sobre o reforço do sistema imunológico para defesa contra o HIV.

Dados das Nações Unidas confirmam que o HIV/Sida é hoje a maior causa mundial de morte entre adultos dos 15 aos 59 anos, estimando-se que a doença fez mais de 20 milhões de mortes nos últimos 25 anos.