Associação Académica de Coimbra critica Lei do Financiamento

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Miguel Duarte prometeu para breve reacção às prestações anuais moderadas propostas pelo reitor da universidade DR

"Desafiamos a ministra para um debate público em que explique aos portugueses as barbaridades que se têm cometido no ensino superior", exortou hoje, em conferência de imprensa, o presidente da direcção-geral da AAC, Miguel Duarte, ao insistir na necessidade de revogação da Lei de Bases do Financiamento.

As dez questões hoje apresentadas pela AAC à ministra da Ciência e do Ensino Superior, Maria da Graça Carvalho, e também ao primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, "parecem ter respostas fáceis mas, ao longo da legislatura, nenhum dirigente governamental soube responder".

Os estudantes querem suscitar, neste debate, perguntas sobre o salário médio dos portugueses, o índice actual de endividamento das famílias, o efeito estimado, de longo prazo, da formação superior no PIB e os baixos índices de desenvolvimento de Portugal comparados com a média europeia.

Às questões "Qual o número de jovens que não têm a possibilidade de aceder ao Ensino Superior?" e "Qual o número de estudantes que se vêem obrigados a abandonar o Ensino Superior?", a AAC responde: são, em ambas as situações, cerca de 40 por cento.

A conferência de imprensa destinou-se a fazer o balanço de um ano de vigência da Lei do Financiamento que, para a estrutura, "incorpora uma perspectiva terceiro-mundista, digna de qualquer país subdesenvolvido, incapaz de definir prioridades políticas enquadradas no desenvolvimento sustentável".

Miguel Duarte anunciou que no Encontro Nacional de Direcções Associativas, marcado para dias 17 e 18 de Setembro em Vila Real, a AAC vai voltar a defender a realização de uma grande manifestação nacional em Novembro em Lisboa.

O presidente da direcção-geral prometeu para breve uma tomada de posição sobre o despacho do reitor da Universidade de Coimbra, Fernando Seabra Santos, que permite aos alunos com propinas em atraso o pagamento em "prestações anuais moderadas".