De acordo com a sentença do tribunal de Atenas, Cornelius Horan, de 57 anos de idade, terá que cumprir a pena se voltar a violar a legislação grega nos próximos três anos.

Horan pediu desculpas e manifestou o desejo de ser perdoado no "dia do juízo final".

O homem é autor do livro "Um Glorioso Novo Mundo Está Próximo", onde se prevê o fim do mundo, e protagonizou uma invasão da pista de automobilismo de Silverstone, em Julho de 2003, durante o Grande Prémio do Reino Unido de Fórmula 1, empunhando um cartaz com as palavras: "Leiam a Bíblia. A Bíblia está sempre correcta". Este incidente valeu-lhe dois meses de prisão. As autoridades britânicas já impediram tentativas de Horan de invadir o Estádio de Wimbledon durante jogos de críquete e râguebi.

Quando agarrou Vanderlei Lima, ao quilómetro 36 da maratona olímpica, Horan tinha um papel colado às costas que anunciava o regresso de Jesus e que estava assinado pelo "padre dos grandes prémios".

O incidente registou-se quando o brasileiro liderava a maratona. O presidente do Comité Olímpico Brasileiro, Carlos Artur Nuzman, quer que a Federação Internacional de Atletismo atribua a medalha de ouro a Vanderlei Lima, pelo que vai interpor um processo no Tribunal Arbitral de Desporto. Os jornais irlandeses, por seu turno, comentam o "incidente grotesco" como um dos "grandes escândalos da história dos Jogos Olímpicos".

A maratona, que encerrou os Jogos Olímpicos de Atenas 2004, foi ganha pelo italiano Stefano Baldini (02h10m55s), à frente do norte-americano Mebtahtom Keflezzighi (02h11m29s) e de Lima (02h12m11s).

Além do bronze, o "fair-play" demonstrado valeu ainda ao atleta brasileiro a medalha Pierre de Coubertin (impulsionador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna), atribuída pelo Comité Olímpico Internacional.