Manuel Alegre considera "muito estranho" Sócrates recusar debates a dois

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Alegre voltou a defender que o PS deve bater-se por uma maioria absoluta nas próximas eleições legislativas Miguel Ribeiro Fernandes/Lusa

"Espanta-me muito que Sócrates, que andou um ano e meio a fazer debates televisivos a feijões com o actual primeiro-ministro, Santana Lopes, tenha agora alguma dificuldade em debater a dois, com os camaradas do PS, os problemas do partido e do país", criticou Alegre.

O candidato falava em Beja, durante uma sessão de apresentação da sua moção de candidatura ao PS, à qual assistiram cerca de oito dezenas de militantes e simpatizantes socialistas.

Garantindo que o PS "não vive na clandestinidade" e que o seu projecto para o partido "não é apenas para os militantes, mas também para os portugueses", Alegre defendeu a necessidade de realizar debates públicos, a dois, com os seus adversários. "Não temos nada a esconder e é obrigação dos candidatos de um partido aberto como o PS dizer qual o projecto que têm para o partido, para a democracia e para o país", afirmou.

Dirigindo-se particularmente a José Sócrates, Manuel Alegre disse não compreender como é que aquele que "cultivou tanto o debate televisivo", agora "prefira voltar as costas a debates a dois". "A menos que haja, nessa atitude, uma grande insegurança, porque debater comigo na televisão não é a mesma coisa que debater com o Santana Lopes", ironizou, garantindo que o debate televisivo que se vai realizar no dia 21 de Setembro com os três candidatos (o terceiro é João Soares) "não será a feijões".

Depois de enunciar os principais pontos da sua moção, Manuel Alegre voltou também a defender que, nas próximas eleições legislativas, o PS deve bater-se por uma maioria absoluta mas, caso não a alcance, deve procurar a estabilidade governativa à esquerda. "O CDS-PP e o PSD andavam engalfinhados, mas, quando se tratou de defender os interesses da direita, coligaram-se e uniram-se", recordou, frisando que esses dois partidos "não conseguiram a estabilidade por qualquer espécie de privilégio divino".

Segundo Alegre, "já caiu o muro de Berlim e desapareceu a URSS", pelo que "não há razão para que as negociações com os partidos de esquerda não se possam fazer".

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