Na conferência de imprensa de balanço dos Jogos Olímpicos de Atenas 2004, Jacques Rogge lembrou que o período de oito anos para aplicação de sanções retroactivas está previsto no Código Mundial Antidopagem. "Se o progresso científico desenvolver outros métodos de detecção de produto, serão aplicados às amostras armazenadas. E perante provas de casos de 'doping', as classificações podem ser alteradas", explicou.

Rogge manifestou-se satisfeito pelos avanços registados na luta "antidoping" desde os Jogos de Inverno de Salt Lake City 2002. "A política do COI tem sido aumentar o período dos Jogos, que em Atenas foi de 14 dias antes da cerimónia de abertura. Anteriormente os controlos apenas se faziam após as competições", referiu. Actualmente, além dos quatro primeiros classificados de cada prova são realizados testes fora de competição e por todo o mundo: "agora fazem-se em qualquer sítio e em qualquer momento."

Questionado sobre se alguma edição dos Jogos estará completamente livre de "doping", Rogge respondeu que seria "ingénuo pensar que algum dia deixará de existir casos positivos". "Esse é o meu sonho, mas tenho de ter em conta que há 10.500 desportistas que não são necessariamente 10.500 santos", acrescentou.

Oficialmente, foram registados 22 casos em Atenas contra os 11 de Sydney2000, mas o COI quer aumentar o número de controlos a efectuar e Rogge já preveniu que todos os jogadores profissionais que queiram competir com as suas selecções "devem estar dispostos a submeterem-se a um controlo em qualquer momento no ano anterior aos Jogos".

A ciclista colombiana Maria Luisa Calle Williams, de 34 anos, medalha de bronze na corrida aos pontos em Atenas 2004, acusou um estimulante no controlo "antidoping", revela hoje o jornal francês "L'Equipe". A ciclista deverá ser ouvida hoje pela comissão disciplinar do Comité Olímpio Internacional e poderá perder a medalha. Caso tal aconteça, a medalha de bronze será para a norte- americana Erin Mirabella.