Queda de dois aviões na Rússia: mulheres tchetchenas estavam entre os passageiros

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Os aviões de passageiros Tupolev que se despenharam no Centro da Rússia eram semelhantes ao da imagem Milan Skaryd/EPA

Entre os passageiros dos Tupolev seguiam duas mulheres tchetchenas, uma em cada aparelho e ambas mortas, o que abre a hipótese de os ataques terem sido realizados por mulheres-suicidas, cada vez mais frequentes no seio da guerrilha tchetchena. Nenhum familiar apareceu para reclamar os restos mortais, o que aumenta as desconfianças russas.

"As análises complementares dos fragmentos do avião Tu-134 revelam indícios de hexogeno", afirmou o porta-voz dos FSB, serviços secretos russos.

O hexogeno é um potente explosivo, uma versão melhorada e mais estável do TNT, com uso militar e civil. Os atentados que em 1999 desencadearam a segunda ofensiva russa contra a Tchechénia utilizaram este material.

Os serviços secretos russos descobriram vestígios da mesma substância no Tupolev-154 que caiu perto de Rostov, matando 46 pessoas, tendo reconhecido que a catástrofe pode ter resultado de um atentado terrorista. A acção foi reivindicada por um grupo islâmico auto-intitulado Brigadas Islambuli, que afirma ter agido em apoio dos separatistas tchetchenos. "Com base nas informações reunidas, o Ministério Público deverá analisar a possibilidade de transformar o inquérito criminal em inquérito por terrorismo", adiantou o porta-voz dos FSB.

Os dois aviões caíram a poucos dias da eleição presidencial antecipada na Tchetchénia, cuja legitimidade é contestada pelos separatistas, já que o candidato designado por Moscovo tem vitória garantida.

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