Manuel Alegre: Presidentes e governos têm sido complacentes com Alberto João Jardim
"Acho que as instituições da República têm sido muito complacentes com as posições tomadas pelo presidente do Governo Regional da Madeira. Todas as instituições da República, todos os presidentes da República e todos os governos, inclusivamente os do PS", disse Manuel Alegre.
O candidato à liderança do PS, que falava na sessão de apresentação da sua candidatura aos militantes e simpatizantes madeirenses, considerou mesmo que os socialistas madeirenses enfrentam um dos mais difíceis combates políticos em Portugal e na Europa por terem de bater-se com Alberto João Jardim e com o PSD-Madeira.
Por outro lado, realçou que, apesar de a autonomia ser "uma das grandes conquistas do 25 de Abril", esta "é inseparável do Estado de Direito, das liberdades e garantias individuais".
"A maneira como aqui [na Madeira] tem sido exercido o poder, desvirtua, perverte e subverte a autonomia", afirmou Manuel Alegre.
O histórico socialista acusou Alberto João Jardim de viver do sistema que há 30 anos diz combater: "Esta situação não é normal na democracia portuguesa, isto é uma deriva da democracia portuguesa".
Disse ainda que não virá à Madeira "dar palmadas nas costas do dr. Jardim ou ceder às primeiras exigências que fizer".
"Isso comigo não pega", sublinhou Alegre, apesar de reconhecer ao presidente do Governo Regional da Madeira "uma legitimidade democrática".
Manuel Alegre foi apresentado pelo ex-líder do PS-Madeira, actual presidente da Comissão Regional do partido e deputado da Madeira ao Parlamento Europeu, Emanuel Jardim Fernandes, que definiu o candidato à presidência dos socialistas como "um homem de Abril, da República, da democracia e do PS". "É a consciência de todos nós", sintetizou.
Esta acção de campanha das eleições internas do PS reuniu várias personalidades do PS-Madeira, como o presidente do Grupo Parlamentar do PS-M na Assembeia Regional, Bernardo Trindade, o ex-líder do Grupo Parlamentar Fernão Freitas e o deputado pelo PS-M à Assembleia da República Maximiano Martins.
O líder do PS-M, Jacinto Serrão, também esteve na sessão, apesar de apoiar José Sócrates.