Bióloga portuguesa recebe prémio em Estocolmo

Maria Mota doutorou-se pela University College, em Londres, em 1998, e de 1999 a 2001 deu aulas na Faculdade de Medicina da Universidade de Nova Iorque, EUA. Desde então tem trabalhado com uma bolsa de pós-doutoramento no Instituto Gulbenkian de Ciência, em Oeiras. De acordo com as regras do prémio, Maria Mota vai usar o dinheiro para, durante cinco anos, desenvolver um projecto de investigação no Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina de Lisboa, sobre os factores que permitem ao parasita da malária desenvolver-se no corpo humano.

A bióloga, em conjunto com oito estudantes da sua equipa anterior, vai procurar estudar o papel das células do fígado, os hepatócitos, no desenvolvimento do parasita da malária. Ou seja, pretende compreender a interacção entre o parasita e o hopedeiro, e em particular o papel dos hepatócitos no ciclo infeccioso do parasita.

Foi este projecto que lhe conferiu um dos 25 prémios atribuídos pela Fundação Europeia de Ciência (ESF, na sigla inglesa) e pela Organização Europeia dos Responsáveis dos Conselhos Nacionais de Investigação da União Europeia (Eurohorc), de entre 777 candidaturas.

O prémio Euryl nasceu com o objectivo de atrair jovens investigadores para a carreira científica na Europa, tentando combater o êxodo de cientistas europeus para países como os Estados Unidos, onde o financiamento de projectos de investigação é mais fácil de conseguir e o emprego científico é mais estável. Destina-se a jovens cientistas, de qualquer país do mundo, com projectos em vários domínios, incluindo os humanitários, com a liberdade de criarem a sua própria equipa em centros de investigação europeus.

Por causa dos seus objectivos, a cerimónia de entrega dos prémios foi inserida no Fórum Europeu de Ciência 2004, que decorre de 25 a 28 de Agosto. É a primeira iniciativa do género na Europa: reúne cientistas, jornalistas, industriais e decisores políticos. O modelo de funcionamento é inspirado nos encontros anuais da Associação Americana para o Avanço da Ciência (que edita a revista "Science"). São esperados mais de 2000 participantes.

O evento surgiu para promover o diálogo interdisciplinar, reunir diferentes gerações de investigadores e abrir a ciência a um público mais vasto. Além disso, espera-se que venha a ser um local de interacção entre jovens investigadores e grandes nomes da ciência e da indústria.

O fórum é organizado pela EuroCiência, uma associação pan-europeia para a promoção da ciência composta por cerca de 1500 investigadores.

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