Incidentes na região de Najaf fazem 74 mortos e mais de 300 feridos
Ao início da manhã, um obus atingiu a principal mesquita de Kufa, onde um grupo de pessoas, na sua maioria apoiantes do líder radical xiita Moqtada Sadr, estava reunido antes de partir para Najaf. Pelo menos 25 pessoas morreram e 60 ficaram feridas na explosão. O Exército norte-americano já negou a autoria do ataque.
Menos claras são as circunstâncias em que ocorreram os outros dois incidentes. Segundo testemunhos coincidentes, a Guarda Nacional iraquiana, que desde terça-feira patrulha as ruas de Najaf, terá aberto fogo contra dois grupos de pessoas — um oriundo de Kufa, outro de Diwaniya (50 quilómetros a oeste de Najaf) — que pretendiam entrar na cidade santa. Quarenta e nove pessoas terão morrido e perto de 300 ficaram feridas.
Num balanço feito ao início da tarde, o Ministério da Saúde iraquiano revela que "o hospital de Najaf recebeu 39 mortos e 255 feridos e o de Kufa 25 mortos e 60 feridos". "É difícil distinguir entre os que morreram na mesquita e quem foi alvejado", declarou um responsável daquele ministério, revelando que outros onze mortos e 61 feridos foram transportados para o hospital da vizinha Hilla.
As populações da região, situada no coração do xiismo iraquiano, respondiam ao apelo lançado ontem pelo gabinete do "ayatollah" Sistani, que pedia à população iraquiana para que se "prepare para marchar sobre Najaf", a fim de impedir a invasão do mausoléu do imã Ali pelas tropas norte-americanas.
Sistani chegou esta manhã a Najaf, onde os seus representantes iniciaram contactos com Moqtada Sadr, numa tentatativa de resolver o braço de ferro entre o jovem líder radical e as forças norte-americanas.
A hierarquia xiita, que pretende retomar o controlo do mausoléu, pretende convencer Sadr a retirar a sua milícia do local, o que só deverá a acontecer depois da retirada das tropas americanas da cidade.