Casos de “doping” no período dos Jogos Olímpicos (30 de Julho a 29 de Agosto)

Expulsões por testes positivos

9 de Agosto: Andrew James Black (estanozolol, esteróide anabolisante) e Derek Nicholson (diurético), ambos jogadores greoco-romanos da equipa olímpica grega de basebol
10 de Agosto: David Munyasia (catina, estimulante), pugilista queniano
12 de Agosto: Aye Khine Nan (esteróide anabolisante), halterofilista de Myanmar, ex-Birmânia
19 de Agosto: turca Sule Sahbaz, indiana Pratima Kumari Na, marroquina Wafa Ammouri, moldavo Viktor Chislean e húngaro Zoltan Kecskes, (anabolisantes detectados em testes realizados pela Federação Internacional de Halterofilismo)
20 de Agosto: Olga Shchukina (clembuterol, esteróide anabolisante), lançadora do peso uzbeque, e Sanamacha Chanu (furosemida, diurético), halterofilista indiana
21 de Agosto: halterofilistas Léonidas Sampanis (testosterona, esteróide anabolisante), grego desclassificado do terceiro lugar dos 62kg, e Albina Khomich (testosterona), russa participante nos 75kg
22 de Agosto: Irina Korzhanenko (estanozolol, anabolisante), russa privada da medalha de ouro ganha no lançamento do peso
24 de Agosto: Aleksey Lesnichiy (clembuterol), saltador em altura da Bielorrússia
25 de Agosto: halterofilista excluído por teste realizado pela IWF (identidade por divulgar)
26 de Agosto: equipa ucraniana de remo feminino, desclassificada do terceiro lugar no “scull” de quatro devido a controlo positivo de Olena Olefirenko (etamivan, estimulante)

Outras violações das regras “antidoping”
18 de Agosto: velocistas gregos Costas Kenteris (campeão dos 200m em Sydney 2000), e Ekaterini Thanou (campeã europeia dos 100m e segunda em Sydney) renunciam aos Jogos Olímpicos antes de serem expulsos por terem fugido a um controlo surpresa
24 de Agosto: húngaro Robert Fazekas perde medalha de ouro do lançamento do disco, por ter tentado manipular as amostras durante um teste
26 de Agosto: expulsão do halterofilista húngaro Zoltan Kovacs, por se ter recusado submeter a um controlo

Fontes: AFP e Reuters


Casos de “doping” nos Jogos Olímpicos (desde México 1968, primeira edição com controlos)

México 1968: 1 caso
-Hans-Gunnar Liljenwall (Sue), pentatlo moderno, alcoól

Munique 1972: 7 casos
- Bakhaava Buidaa (Mgl), judo, cafeína (estimulante)
- Miguel Coll (Ptr), basquetebol, efedrina (estimulante)
- Rick Demont (EUA), natação, efedrina (estimulante)
- Jaime Huelamo (Esp), ciclismo, coramina (estimulante)
- Walter Legel (Aut), halterofilismo, efedrina (estimulante)
- Mohamad Nasehi Ar Jomand (Ira), halterofilismo, efedrina (estimulante)
- Aad van Den Hoek (Hol), ciclismo, coramina (estimulante)

Montreal 1976: 11 casos
- Blagoi Blagoev (Bul), halterofilismo, agente anabolisante
- Mark Cameron (EUA), halterofilismo, agente anabolisante
- Paul Cerrutti (Mon), tiro, anfetaminas (estimulante)
- Valentin Hristov (Bul), halterofilismo, agente anabolisante
- Dragomir Ciorosian (Rom), halterofilismo, agente anabolisante
- Phillip Grippaldi (EUA), halterofilismo, agente anabolisante
- Zbigniew Kaczmarek (Pol), halterofilismo, agente anabolisante
- Lorne Leibel (Can), vela, fenilpropanolamina (estimulante)
- Arne Norback (Sue), halterofilismo, agente anabolisante
- Petr Pavlasek (Chq), halterofilismo, agente anabolisante
- Danuta Rosani (Pol), atletismo, agente anabolisante

Moscovo 1980: sem casos

Los Angeles 1984: 12 casos
- Serafin Grammatikopolous (Gre), halterofilismo, nandrolona (esteróide anabolisante)
- Vesteinn Hafsteinsson (Isl), atletismo, nandrolona (esteróide anabolisante)
- Tomas Johansson (Sue), luta, mestenolona (esteróide anabolisante)
- Stefan Laggner (Aut), halterofilismo, nandrolona (esteróide anabolisante)
- Goran Pefferson (Sue), halterofilismo, nandrolona (esteróide anabolisante)
- Eiji Shimomura (Jap), voleibol, testosterona (esteróide anabolisante)
- Mikiyasu Tanaka (Jap), voleibol, efedrina (estimulante)
- Ahmed Tarbi (Arg), halterofilismo, nandrolona (esteróide anabolisante)
- Mahmoud Tarha (Lib), halterofilismo, nandrolona (esteróide anabolisante)
- Gianpaolo Urlando (Ita), atletismo, testosterona (esteróide anabolisante)
- Martti Vainio (Fin), atletismo, mestenolona (esteróide anabolisante)
- Anna Verouli (Gre), atletismo, nandrolona (esteróide anabolisante)

Seul 1988: 10 casos
- Alidad (Afg), lutas amadoras, furosemida (diurético/agente mascarante)
- Kerrith Brown (Gbr), judo, furosemida (diurético/agente mascarante)
- Mitko Grablev (Bul), halterofilismo, furosemida (diurético/agente mascarante)
- Angel Genchev (Bul), halterofilismo, furosemida (diurético/agente mascarante)
- Ben Johnson (Can), atletismo, estanazolol (esteróide anabolisante)
- Fernando Mariaca (Esp), halterofilismo, pemolina (estimulante)
- Jorge Quesada (Esp), pentatlo moderno, propranolol (beta-bloqueante)
- Kalman Scengeri (Hun), halterofilismo, estanazolol (esteróide anabolisante)
- Andor Szanyi (Hun), halterofilismo, estanazolol (esteróide anabolisante)
- Alexander Watson (Aus), pentatlo moderno, cafeína (estimulante)

Barcelona 1992: 5 casos
- Madina Biktagirova (Blr), atletismo, norefedrina (estimulante)
- Bonnie Dasse (EUA), atletismo, clembuterol (agente anabolisante)
- Jud Logan (EUA), atletismo, clembuterol (agente anabolisante)
- Nijole Medvedieva (Lit), atletismo, mesocarbo (estimulante)
- Wu Dan (Chn), voleibol, estricnina (estimulante)

Atlanta 1996: 2 casos
- Natalya Shekhodanova (Rus), atletismo, estanazolol (esteróide anabolisante)
- Iva Prandzheva (Bul), atletismo, metandienona (esteróide anabolisante)

Sydney 2000: 9 casos
- Ivan Ivanov (Bul), halterofilismo, furosemida (diurético/agente mascarante)
- Sevdalin Minchev (Bul), halterofilismo, furosemida (diurético/agente mascarante)
- Izabela Drganeva (Bul), halterofilismo, furosemida (diurético/agente mascarante)
- Andris Reinholds (Let), remo, nandrolona (esteróide anabolisante)
- Andreea Raducan (Rom), ginástica, pseudoefedrina (estimulante)
- Fritz Aanes (Nor), lutas amadoras, nandrolona (esteróide anabolisante)
- Ashot Danielyan (Arm), halterofilismo, estanazolol (esteróide anabolisante)
- Alexander Leipold (Ale), lutas amadoras, nandrolona (esteróide anabolisante)
- Oyunbileg Purevbaatar (Mgl), lutas amadoras, furosemida (diurético/agente mascarante)

Atenas 2004: 20 casos
- Kostas Kenteris (Gre), atletismo, renunciou após fuga ao controlo
- Ekaterini Thanou (Gre), atletismo, renunciou após fuga ao controlo
- Andrew James Brack (Gre), basebol, estanazolol (esteróide anabolisante) (esteróide anabolisante)
- Derek Nicholson (Gre), basebol, diurético/agente mascarante
- David Munyasi (Que), pugilismo, catina (estimulante)
- Aye Khine Nan (Myn), halterofilismo, agente anabolisante
- Sanamacha Chanu (Ind), halterofilismo, furosemida (diurético/agente mascarante) (diurético)
- Viktor Chislean (Mdv), halterofilismo, agente anabolisante
- Zoltan Kecskes (Hun), halterofilismo, agente anabolisante
- Sule Sahbaz (Tur), halterofilismo, agente anabolisante
- Pratima Kumari (Ind), halterofilismo, agente anabolisante
- Wafa Ammouri (Mar), halterofilismo, agente anabolisante
- Olga Shchukina (Uzb), atletismo, clembuterol (agente anabolisante) (esteróide anabolisante)
- Albina Khomich (Rus), halterofilismo, testosterona (esteróide anabolisante)
- Leonidas Sampanis (Gre), halterofilismo, testosterona (esteróide anabolisante)
- Irina Korzhanenko (Rus), atletismo, estanazolol (esteróide anabolisante)
- Robert Fazekas (Hun), atletismo, tentativa de manipulação de amostra
- Aleksey Lesnichiy (Blr), atletismo, clembuterol (esteróide anabolisante)
- Olena Olefirenko (Ucr), remo, etamivan (estimulante)
- Zoltan Kovacs (Hun), halterofilismo, recusa em fornecer amostras de urina

Fontes: “The Complete Book of Summer Olympics”; AFP

Ucranianas perdem bronze no remo olímpico por "doping"

Foto
A equipa da Ucrânia foi autorizada a permanecer em Atenas 2004 Morry Gash/AP

Depois das expulsões do halterofilista grego Leónidas Sampanis (bronze nos 62kg), da lançadora do peso russa Irina Korzhanenko (ouro) e do lançador do disco húngaro Robert Fazekas (ouro), as ucranianas protagonizam o quarto caso em que a dopagem provocou a devolução de medalhas. No entanto, este processo é diferente dos restantes, porque as análises à urina de Olefirenko detectaram um estimulante que estava incluído num fármaco receitado à remadora pelo médico da formação.

O controlo à ucraniana foi efectuado no dia 22 de Agosto e, durante a audiência com a comissão disciplinar do COI, a remadora foi confrontada com o facto de, no formulário que preencheu na altura do teste, ter incluído o medicamento Instenon, que contém etamivan, substância considerada dopante.

Segundo o organismo olímpico, "a delegação declarou que os fármacos foram dados a Olefirenko pelo médico da equipa, Ganna Gryshchenko", mas os regulamentos em vigor no período dos Jogos Olímpicos (30 de Julho a 29 de Agosto) determinam que os atletas são sempre responsáveis pelos produtos que ingerem. "A medicação que a remadora usou serve para tratar a fadiga. Estimula as defesas naturais do corpo", explicou o director médico do COI, Patrick Schamasch.

As análises positivas de Olefirenko tiveram ainda consequências para a restante equipa da Ucrânia, composta também por Olena Morozova, Tetyana Kolesnikova e Yana Dementyeva. O código mundial "antidoping" determina que, "nas modalidades desportivas que não sejam consideradas desportos colectivos mas em que exista atribuição de prémios a equipas, a invalidação dos resultados ou outra acção disciplinar imposta à equipa quando um ou mais membros dessa mesma equipa cometeram uma violação das normas antidopagem, corresponderão às regras em vigor da federação internacional competente". Desta forma, o COI teve de recorrer aos regulamentos antidopagem do remo, que prevêem a desclassificação de toda a formação, e determinou que as medalhas de bronze da Ucrânia serão entregues à Austrália – Alemanha e Grã-Bretanha conquistaram ouro e prata, respectivamente.

As quatro ucranianas sofreram consequências devido ao erro do clínico da equipa, mas este não sairá incólume deste episódio. Ganna Gryshchenko só poderá acompanhar atletas nas duas próximas edições dos Jogos Olímpicos após aprovação por parte do COI. Para além disso, este organismo exigiu que o Comité Olímpico Ucraniano e a Federação Internacional de Remo abram inquéritos para apurar as responsabilidades do médico.

A formação da Ucrânia poderá continuar em Atenas 2004, porque a sua desclassificação foi provocada por Gryshchenko, mas tal não acontecerá a Zoltan Kovacs. No dia 23 de Agosto, o halterofilista húngaro, de 27 anos, competiu nos 105kg, abandonou devido a uma lesão (fez apenas um levantamento, de 102,59kg) e, mais tarde, recusou submeter-se a um controlo "antidoping", uma violação dos regulamentos equiparável a um teste positivo. Hoje, o COI anunciou a sua expulsão de Atenas 2004 e remeteu para a Federação Internacional de Halterofilismo (IWF) a aplicação de uma possível suspensão.

No total, já foram afastados de Atenas 2004 onze halterofilistas, sete devido a controlos surpresa realizados pela IWF antes dos Jogos, três por testes positivos registados durante a competição e um, Zoltan Kovacs, por recusar fornecer amostras de urina para análise. Um dos processos desencadeados por acção da IWF ainda é pouco claro: ontem, o vice-presidente deste organismo, Sam Coffa, revelou à AFP que mais um halterofilista tinha sido expulso antes de competir, mas não adiantou mais detalhes, contrariamente aos anteriores casos.

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