Segundo o vulcanólogo Víctor Hugo Forjaz, alguns dos equipamentos a implantar pela missão chinesa de Wuham no Laboratório Geodinâmico dos Açores, na Lagoa, estão ainda em fase de protótipo.

Os aparelhos em causa vão permitir, através de medições na crosta terrestre, incluindo dos desvios ocorridos na vertical, avaliar os efeitos da compressão das ilhas sobre o magma (rocha em fusão), que na situação açoriana se encontra entre quatro e cinco quilómetros de profundidade, acrescentou.

A deslocação dos cientistas chineses aos Açores decorre de um acordo estabelecido recentemente entre o Instituto de Sismologia da China, o Observatório Vulcanológico e Geotérmico dos Açores e duas instituições das Canárias - Conselho Superior de Investigações de Espanha e Casa dos Vulcões de Lazarote.

Antes de viajar para São Miguel, a equipa chinesa vai estar nas Canárias, onde instalará também novos equipamentos, afirmou Víctor Hugo Forjaz, acrescentando que as actividade a desenvolver em Outubro são financiadas pela União Europeia no quadro do programa Interreg IIIB.

Os estudos a realizar em ambos os arquipélagos com recurso aos novos instrumentos poderão contribuir, segundo o investigador açoriano, para um "melhor conhecimento da expansão do fundo do Oceano Atlântico".

Localizados na chamada "Crista Média do Atlântico", uma zona de confluência de placas tectónicas, os Açores são uma região em que se registam com regularidade crises sísmicas e erupções vulcânicas.