Atletas olímpicas posam para revistas eróticas
Das doze páginas fazem parte nomes ligados ao atletismo, como Fanni Juhasz (da Hungria), Zhanna Bolck (da Ucrânia), Ineta Radevica (da Letónia), Katie Vermeulen (do Canadá), Susan Tiedtke-Green (da Alemanha), assim como as norte-americanas Haley Clark e Mary Sauer que aparecem em poses eróticas a lançar o disco, a correr nas pistas ou a segurar os anéis olímpicos e a tocha. O motivo para tirar a roupa? As atletas admitiram que o fizeram por dinheiro. "Fi-lo por motivos financeiros", confessou Amy Acuff. A atleta, que é licenciada em biologia e modelo nos tempos livres, considerou ainda ser "realmente muito difícil ganhar essa quantidade de dinheiro no mundo real".
As imagens publicadas são acompanhadas por pequenas entrevistas, dando aos leitores oportunidade de conhecerem melhor determinados aspectos das atletas, como as suas fantasias olímpicas ou as roupas interiores da sorte.
Mas segundo a organização do evento, as fotografias põem em causa a imagem olímpica. Também os títulos são apontados como um "insulto brutal". A começar pela capa. "Mais duro, mais profundo, mais comprido" é o subtítulo em manchete, acusado pela organização de parafrasear o lema olímpico "mais rápido, mais alto, mais forte". Os exemplos de semelhança com os símbolos das Olimpíadas multiplicam-se pelo interior da revista. Numa das páginas, pode ler-se um conto erótico sobre uma fantasia olímpica, intitulado "2004 segundos de prazer". Noutra, o texto sob o título "Ganhe ouro no Sexatlo" aconselha os leitores a não esperarem quatro anos para demonstrarem o seu desempenho sexual. É ainda possível ver um "cartoon" em que os anéis olímpicos são representados por preservativos.
Foi por isso que os organizadores recorreram aos tribunais, de forma a impedir a circulação da revista. "O que está em causa é a protecção dos símbolos olímpicos", disse um porta-voz da organização, citado pela BBC News. A Justiça não autorizou, no entanto, a apreensão das revistas em banca e adiou o julgamento sobre a questão para Novembro. "Eles fizeram-nos um óptima propaganda negativa", afirmou Stelios Michalopoulos, editor grego da revista, citado pela BBC News. Segundo o "site" do jornal brasileiro "A Tarde", os 40 mil exemplares da revista esgotaram algumas horas depois de terem chegado às bancas, na passada sexta-feira. Apesar de não ter sido impedida de circular, a versão grega da "Playboy" foi, segundo a BBC News, proibida de utilizar os símbolos olímpicos em futuras edições.
A tendência de publicar fotografias menos discretas de atletas olímpicas foi seguida por outras revistas, como a "FHM" ("For Him Magazine", britânica) e a "Maxim". Na edição especial "Olímpicos Sexy" da "FHM", várias atletas norte-americanas, como Logan Tom, Amanda Beard, Haley Cope, Jenny Adams e Amy Acuff (na foto), mostram-se aos leitores com diferentes poses eróticas, embora mais discretas do que na "Playboy". No entanto, as entrevistas da "FHM" são mais "picantes" do que os textos da sua concorrente, incluindo confissões e comentários íntimos das atletas.
A decisão da "FHM" foi compensadora do ponto de vista comercial, já que, tal como a revista admitiu, esta edição foi "o número mais vendido até agora". "Estas mulheres não são nenhumas Barbies. Têm corpos fenomenais e esta é uma hipótese para os mostrar", adiantou Scott Gramling, editor da "FHM".
O Comité Olímpico dos Estados Unidos fez saber, através de uma porta-voz citada pela Lusa, que considera que "estas coisas são pessoais" e que "são as atletas que determinam o que é apropriado para elas". Não se pronunciou sobre as poses publicadas.